O papa Francisco, que morreu na segunda-feira (21), é sepultado neste sábado (26), em Roma. O corpo do papa esteve, entre quarta-feira (23) e sexta-feira (25) em exposição na Basília de São Pedro, no Vaticano. Cerca de 250 mil pessoas passaram pelo local para o último adeus ao primeiro latino-americano a ocupar a posição.
Em despedidas que se estendem por um longo período, como a de Francisco, há uma preparação específica dos restos mortais para o corpo suportar o velório. No caso do papa, houve embalsamamento imediato do corpo, técnica muito utilizada em sepultamentos tardios.
Confira curiosidades sobre os processos
Há duas técnicas de preparação do velório a longo prazo – o embalsamamento e a tanatopraxia. São métodos distintos tanto em relação aos materiais utilizados, quanto no tempo de conservação do corpo antes do sepultamento.
No caso da técnica utilizada no papa, o método permite que o corpo demore mais para iniciar o processo de decomposição e evita a liberação de gases e odores. Em combinação com o resfriamento do corpo, a técnica pode conservar os restos mortais por até 30 dias.
A tanatopraxia, por outro lado, é indicada para prazos de até 48h. É o método mais utilizado no Brasil, onde o sepultamento, culturalmente, ocorre em períodos mais curtos.
Preparação do corpo
A preparação do corpo do pontífice demandou cerca de 10 litros de fluido conservante, que é mistura de formal, álcool, água e corantes. O embalsamamento é feito em três etapas, que consiste na retirada de todo o sangue, seguido por um processo de limpeza e dissecação. Por fim, há aplicação do fluido nas veias.
A quantidade de conservantes leva em consideração fatores como peso, altura e o tempo de exposição do corpo antes do sepultamento. A causa da morte também pode ser um fator de decisão e que exige técnicas específicas de preparação, como massagem nas pontas dos dedos, para evitar coágulos visíveis.
Também existe o processo de necromaquiagem. A técnica contribui para manter a aparência natural e serena do falecido. Ela cuida da cor e da textura da pele, cobrindo possíveis coágulos ou hematomas, além de unhas e cabelos, inclusive lidando com a possibilidade de quedas repentinas dos fios após o falecimento e proporcionando uma aparência mais próxima da pessoa em vida.
De acordo com Roberto Santana, Diretor de Operações do Grupo Zelo, maior empresa de serviços funerários do Brasil, são raros os casos de embalsamamento, mas não é uma prática exclusiva para personalidades.
“Há casos em que o corpo precisa ser transportado para outra cidade ou país, por exemplo, e que é utilizado o embalsamamento para garantir essa conversação mais prolongada, sem perder o aspecto de naturalidade. A técnica é muito utilizada também em casos de morte violenta, justamente por ter essa limpeza mais profunda e retardar o processo de decomposição”, explica.