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Donald Trump diz que ameaças a Zuckerberg ‘provavelmente’ foram as responsáveis por mudanças na Meta

Sem citar diretamente o Supremo Tribunal Federal, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, acusa países latinos de terem “tribunais secretos”

O presidente eleito dos Estados Unidos elogiou a decisão do dono da Meta

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse acreditar que as mudanças anunciadas pela Meta foram “provavelmente” motivadas por suas ameaças contra o diretor-executivo da empresa de tecnologia, Mark Zuckerberg. A declaração foi dada para jornalistas na Flórida.

Em uma publicação feita nesta terça-feira (7), Zuckerberg anunciou o encerramento dos programas de fact-checking (checagem de informações) nos Estados Unidos. Ele classificou leis europeias como uma “censura” e acusou países latino-americanos, sem dizer quais, de terem “tribunais secretos que derrubam conteúdo”.

Nas redes sociais, o secretário de Políticas Digitais do governo Lula (PT), João Brant, afirmou que a tal “corte secreta”, citada por Zuckerberg, é, na verdade, o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro.

Na publicação, ele também diz que o anúncio de hoje é um presságio do governo Trump, que começa no dia 20 de janeiro. “Explicita aliança da Meta com o governo dos EUA para enfrentar União Europeia, Brasil e outros países que buscam proteger direitos no ambiente online (na visão dele, os que ‘promovem censura’)”, escreveu o secretário.

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Fim da checagem de fatos no Instagram e Facebook

A Meta, empresa responsável por Facebook, Instagram e Threads, anunciou o fim do seu programa de checagem de fatos nos Estados Unidos. O programa, que foi implementado há oito anos para combater a desinformação, será substituído por um sistema de “Notas da Comunidade”, como usado no X, antigo Twitter, do bilionário Elon Musk.

Vamos voltar às nossas raízes e nos concentrar em reduzir erros, simplificar nossas políticas e restaurar a liberdade de expressão em nossas plataformas.
Mark Zuckerberg (2025).

O modelo de notas permitirá que os próprios usuários se manifestem sobre publicações potencialmente enganosas e que precisem de um contexto adicional.

Até o momento, a decisão está restrita aos Estados Unidos e não afeta a plataforma em território brasileiro.

X suspenso no Brasil

Em agosto do ano passado, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou a suspensão do X no Brasil, após a rede social não apresentar um representante legal da empresa no país.

A intimação foi feita em uma postagem no perfil oficial da Corte na própria plataforma. O prazo concedido para o cumprimento da ordem foi de 24 horas. A empresa não cumpriu a ordem no período determinado.

Foram 40 dias de bloqueio. Os usuários brasileiros só puderam voltar a ter acesso depois que o X comprovou para a Justiça que indicou um representante legal no Brasil, bloqueou perfis de nove investigados no STF e fez o pagamento de R$ 28,6 milhões em multas pela demora em atender o pedido do Supremo.

** Com informações de AFP.


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Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.