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Governo de Minas regulamenta Política Estadual de Agricultura Irrigada Sustentável

Medida pretende ampliar uso racional da água, aumentar produtividade e garantir segurança hídrica aos produtores rurais


O Governo de Minas Gerais oficializou, nesta terça-feira (8), a regulamentação da Política Estadual de Agricultura Irrigada Sustentável, prevista na Lei Estadual nº 24.931/2024. O decreto estabelece diretrizes técnicas, ambientais e administrativas para fomentar a irrigação de forma racional, buscando aliar produtividade agrícola com preservação ambiental.

A assinatura aconteceu em solenidade na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, com a presença do governador Romeu Zema e secretários de Estado. A nova norma é considerada um marco para o setor agropecuário mineiro e atende, principalmente, os produtores da agricultura familiar.

Uso sustentável da água e preservação ambiental

Para a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, a regulamentação representa um avanço significativo na gestão dos recursos naturais.

“Esse decreto é muito importante em vários sentidos, principalmente em trazer o uso racional e sustentável dos nossos recursos hídricos. Isso vai permitir mais produtividade, utilizando a menor área possível e garantindo indicadores positivos para a nossa agricultura, como, por exemplo, 30% de área preservada e o nosso Selo Verde”, destacou.

A política também detalha regras para a certificação de projetos de irrigação e uso do Zoneamento Ambiental e Produtivo (ZAP), além de estimular ações de compensação ambiental e fomento ao desenvolvimento sustentável.

Menos burocracia e mais produção no campo

A chefe do Núcleo de Gestão Ambiental da Seapa, Ariel Chaves, reforçou que as principais beneficiadas serão as regiões com histórico de escassez de água.

“O produtor vai ter a possibilidade de reservar água na época das chuvas. É uma mudança que pode revolucionar a produção agrícola em Minas”, afirmou.

Já o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, ressaltou que a regulamentação reconhece a irrigação como atividade de utilidade pública e simplifica os trâmites burocráticos para que o agricultor consiga acessar as novas políticas.

“Minas hoje só possui 15% da sua área produtiva irrigada. Agora, com esse decreto, será possível armazenar mais água, fazer até três safras no mesmo espaço e garantir competitividade sem precisar abrir novas áreas”, explicou.

Impacto econômico e social

Durante o evento, o governador Romeu Zema destacou os impactos esperados para a produção agrícola e para a economia:

“Com esse decreto, vamos conseguir ampliar a produtividade. A mesma terra que hoje produz uma safra por ano poderá produzir duas ou três. Isso significa mais renda para o produtor rural, preservação ambiental e, principalmente, maior oferta de alimentos, o que pode ajudar a conter a inflação”, afirmou.

Programa Irriga Minas prevê investimento de R$ 27 milhões

A regulamentação também fortalece o Programa Irriga Minas, iniciativa que prevê a entrega de cerca de 14 mil kits de irrigação por gotejamento em 2025 e a meta de alcançar 20 mil kits até 2026. Desde 2019, o programa já soma R$ 27 milhões em investimentos.

Os kits, compostos por caixa d’água, filtros e tubos, são destinados a pequenos produtores, permitindo o cultivo de hortaliças e frutíferas mesmo em períodos de estiagem, contribuindo para a geração de renda e segurança alimentar.

A efetividade da política, no entanto, dependerá da aplicação prática das ações e da fiscalização, além do acesso real dos produtores aos benefícios prometidos.

Jornalista formada pelas Faculdades Integradas do Norte de Minas (Funorte) em 2017, com ampla experiência em comunicação integrada. Atua na produção de reportagens, assessoria de comunicação, marketing, edição de vídeo e conteúdo audiovisual. Já atuou em rádio, TV, portais de notícia, mídias sociais, impresso e diário digital, além de prestar serviços como freelancer em projetos diversos. Com perfil versátil e estratégico, desenvolve pautas com linguagem acessível, credibilidade e foco na informação que conecta e transforma.