Uma reunião marcada para esta segunda-feira (17) deve definir o futuro de
O encontro vai reunir representantes da Prefeitura, Ministério Público, Defensoria Pública e Polícia Federal, que buscam uma solução de longo prazo para o grupo.
As famílias afirmam que foram despejadas após o fim do pagamento do aluguel pela prefeitura baiana. Segundo os imigrantes, o grupo foi enviado para Minas Gerais sem qualquer assistência ou explicação clara sobre o motivo da transferência.
O líder do grupo, Mário Mata, contou que as famílias viviam há cerca de dois anos em Itabuna, onde as crianças estavam matriculadas na escola. No entanto, a interrupção do auxílio-moradia e a falta de alimentos tornaram a permanência inviável.
“Na Venezuela não tem comida, não tem roupa, tudo acabou. Para as crianças não tem fralda, remédio, nada. Por isso viemos para o Brasil. Chegamos primeiro em Ivaí e depois fomos para Itabuna. Estamos morando lá há dois anos. A casa que a gente pagava, a prefeitura deixou de pagar, e também não tinha mais comida. A prefeitura falou que os venezuelanos tinham que ir embora”, disse Mário em entrevista à Itatiaia.
De acordo com a Prefeitura de Montes Claros, equipes da Guarda Civil Municipal identificaram o desembarque por volta das 2h. O ônibus havia deixado Itabuna por volta de 1h da madrugada de sexta-feira (14) e chegou à cidade mineira cerca de 12 horas depois. Sete famílias estavam no veículo, além de animais domésticos levados pelos imigrantes — dois cachorros, um coelho e um galo.
O motorista informou aos guardas que foi contratado pela Prefeitura de Itabuna apenas para realizar o transporte e retornar. A informação foi registrada em Boletim de Ocorrência (BO). Os agentes vistoriaram o ônibus e encaminharam as famílias para um abrigo temporário.
A inspetora Cristiane Machsvik da Silva, da Guarda Municipal, explicou que a corporação tentou contato com órgãos responsáveis para verificar a legalidade do transporte.
“A Guarda Municipal tentou, pelos canais oficiais, identificar como seria a legalidade desse translado feito pela cidade de Itabuna. Depois disso, foi feito o contato com a Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura, que providenciou todo o alojamento dessas pessoas”, disse.
O secretário de Desenvolvimento Social de Montes Claros, André Kelvis Luiz Alves Gomes, afirmou que o município não foi comunicado sobre o envio das famílias e que foi preciso agir rapidamente para garantir abrigo e apoio básico.
“Mobilizamos toda a estrutura da Prefeitura de Montes Claros — as secretarias de Desenvolvimento Social, Saúde, Educação, Administração, Defesa Civil, Segurança Integrada e Procuradoria. Todo o time, coordenado pelo prefeito Guilherme, porque repudiamos completamente essa atitude da outra prefeitura, que deu um tratamento desumano a pessoas que vivem uma situação humanitária e social delicada. Faremos a acolhida provisória dessas famílias.”
O secretário informou ainda que as famílias estão em um abrigo, onde recebem alimentação, colchões, kits de higiene, água e roupas.