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Especialista analisa impacto da mistura de biocombustíveis na gasolina e diesel

A Itatiaia conversou sobre o tema com o professor do Núcleo de Mecânica do IF Sudeste MG, de Juiz de Fora

Começou a valer o aumento da mistura de biocombustíveis na gasolina e no diesel. A decisão do Governo Federal eleva de 27% para 30% a presença de etanol anidro na gasolina, criando oficialmente o chamado E30. Já o biodiesel no diesel comum sobe de 14% para 15%, formando o B15.

A medida foi aprovada pelo Governo Federal em junho deste ano e, dentre os objetivos, visa baratear em até R$ 0,13 o preço da gasolina para o consumidor, além de reduzir a necessidade de importar cerca de 760 milhões de litros de combustível por ano. O governo também estima que a nova mistura impulsione um investimento de até R$ 9 bilhões no setor de etanol.

Resposta dos veículos

Mas e a motorização dos veículos, como fica diante da modificação dos combustíveis? A Itatiaia conversou com o especialista, Daniel de Almeida, professor do Núcleo de Mecânica do campus Juiz de Fora do IF Sudeste MG.

Ele esclarece que o álcool anidro não estraga motor. Só se fosse o álcool hidratado, que é o etanol. Os motores flex, por exemplo, não vão sentir o reflexo, podendo ser percebido somente um consumo um pouco maior.

“O etanol anidro, que agora representa 30% da mistura na gasolina, é diferente do etanol hidratado, usado para abastecer veículos flex ou movidos apenas a etanol. O etanol hidratado contém até 4% de água, ao contrário do anidro, que não tem água na composição. Esse é um ponto importante: a presença de água no etanol hidratado pode causar corrosão nos componentes internos do motor, acelerando o processo de oxidação.”

Diferença nos motores

Conforme o especialista, os motores com injeção mecânica podem sentir a diferença.

“Em alguns casos, especialmente em motores mais antigos com injeção mecânica, podem ocorrer estouros no sistema de admissão durante a aceleração. Isso acontece porque o aumento do percentual de etanol na gasolina empobrece a mistura, e o sistema não consegue corrigir esse desequilíbrio automaticamente.”

Para minimizar esses efeitos, o combustível de boa procedência é primordial. Caso o carro fique muito tempo parado, é recomendado utilizar um aditivo junto ao combustível.

Ouça a matéria com o especialista e professor do Núcleo de Mecânica do IF Sudeste MG, campus Juiz de Fora.

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Joubertt Telles é graduado em jornalismo pelo Centro Universitário Estácio Juiz de Fora, em 2010, e possui curso de Processo de Comunicação e Comunicação Institucional pela Fundação Getúlio Vargas. Trabalha na Itatiaia Juiz de Fora desde 2016, como repórter e apresentação. Prêmio Sindicomércio de Jornalismo 2017, na categoria rádio. Prêmios do Instituto Cultura do Samba como destaque do jornalismo local, em 2016 e 2017. Já atuou na Rádio Globo Juiz de Fora, TVE e Diário Regional, além de ter desempenhado função de assessor parlamentar na Câmara Municipal de Juiz de Fora.
Mayara Fernandes é natural de Juiz de Fora, graduanda em jornalismo pela Faculdade de Comunicação da UFJF. Gosta de ver filmes e ler livros. Estágiaria Web e Design Gráfico em Juiz de Fora desde abril de 2024.