Começou a valer o aumento da mistura de biocombustíveis na gasolina e no diesel. A decisão do Governo Federal eleva de 27% para 30% a presença de etanol anidro na gasolina, criando oficialmente o chamado E30. Já o biodiesel no diesel comum sobe de 14% para 15%, formando o B15.
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Resposta dos veículos
Mas e a motorização dos veículos, como fica diante da modificação dos combustíveis? A Itatiaia conversou com o especialista, Daniel de Almeida, professor do Núcleo de Mecânica do campus Juiz de Fora do IF Sudeste MG.
Ele esclarece que o álcool anidro não estraga motor. Só se fosse o álcool hidratado, que é o etanol. Os motores flex, por exemplo, não vão sentir o reflexo, podendo ser percebido somente um consumo um pouco maior.
“O etanol anidro, que agora representa 30% da mistura na gasolina, é diferente do etanol hidratado, usado para abastecer veículos flex ou movidos apenas a etanol. O etanol hidratado contém até 4% de água, ao contrário do anidro, que não tem água na composição. Esse é um ponto importante: a presença de água no etanol hidratado pode causar corrosão nos componentes internos do motor, acelerando o processo de oxidação.”
Diferença nos motores
Conforme o especialista, os motores com injeção mecânica podem sentir a diferença.
“Em alguns casos, especialmente em motores mais antigos com injeção mecânica, podem ocorrer estouros no sistema de admissão durante a aceleração. Isso acontece porque o aumento do percentual de etanol na gasolina empobrece a mistura, e o sistema não consegue corrigir esse desequilíbrio automaticamente.”
Para minimizar esses efeitos, o combustível de boa procedência é primordial. Caso o carro fique muito tempo parado, é recomendado utilizar um aditivo junto ao combustível.
Ouça a matéria com o especialista e professor do Núcleo de Mecânica do IF Sudeste MG, campus Juiz de Fora.
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