O governo federal anunciou nesta semana um aumento nos percentuais de biocombustíveis adicionados aos combustíveis fósseis. A partir de agora, o teor de etanol anidro na gasolina tipo C passa de 27% para 30%, enquanto o biodiesel adicionado ao diesel comum sobe de 14% para 15%.
Segundo o engenheiro mecânico e proprietário do Centro Automotivo Macrodiesel, Márcio Carneiro Rocha, os carros mais novos, especialmente os modelos flex, devem se adaptar facilmente à nova composição da gasolina.
“Eles vão tirar de letra. O que acontece é um pequeno aumento no consumo, então o motorista pode ter que parar mais vezes no posto”, explica.
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Já os veículos mais antigos, fabricados até os anos 1990 e início dos anos 2000, podem sofrer mais com a mudança. “Esses modelos, que já sentem a presença do etanol na gasolina atual, podem ter uma deterioração maior”, completa Márcio.
No caso do diesel, o aumento de 1 ponto percentual na mistura com biodiesel também exige atenção.
“O biodiesel é higroscópico, ou seja, absorve mais água. Quanto mais biodiesel na mistura, maior o risco de degradação do combustível no tanque. O dono do carro vai precisar redobrar os cuidados”, alerta.
Apesar dos impactos técnicos, o Ministério de Minas e Energia afirma que a mudança tem como objetivo reduzir a dependência de combustíveis fósseis, ampliar a produção nacional de biocombustíveis e atender metas de descarbonização pactuadas com as montadoras até 2030.
Ainda de acordo com a pasta, a nova composição pode contribuir para a redução de até R$ 0,20 no litro da gasolina.