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‘A mineração atravessa os mineiros': diz diretor Marcos Pimentel

Primeira obra de ficção do cineasta juiz-forano, “O Silêncio das Ostras” propõe uma reflexão sobre os impactos humanos e ambientais da atividade

Está em cartaz nos cinemas de Juiz de Fora o filme “O Silêncio das Ostras”, do diretor juiz-forano Marcos Pimentel. As sessões são até quarta-feira (6), às 19h, no Cinemais Jardim Norte, na Avenida Brasil, no bairro Mariano Procópio.

Protagonizada por Bárbara Colen e Lavínia Castelari, a primeira obra de ficção do diretor reflete sobre o impacto ambiental e humanitário da ação inconsequente das mineradoras, trazendo imagens reais das tragédias de Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais.

“Apesar de ser um filme de ficção, é uma obra que tem os pés na realidade. O universo de mineração que nos atravessa em Minas Gerais, a história do estado é ligada à mineração, nos influencia muito e nos convida a refletir sobre o que a gente está fazendo com a nossa casa, que é nosso planeta.”, contou à Itatiaia, o diretor Marcos Pimentel.

A obra tem conquistado a atenção da crítica nacional e internacional por apresentar uma realidade muito comum, porém constantemente suprimida em um Brasil displicente. Além disso, conforme Marcos, o filme foi uma das produções mais aclamadas na 26ª Edição do Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro.

Ouça a reportagem de Joubertt Telles.

Sinopse do filme

Ambientada a partir da década de 80, a produção é vista sob o olhar da personagem Kaylane, a caçula de uma família formada por mais quatro irmãos, que vive instigada por suas reflexões e pelo medo de possíveis mudanças e perdas da vida. Sua mãe, Cleude (Sinara Telles), é uma mulher repleta de sonhos e perturbada por uma carga emocional de uma vida inteira arrasada pelas mineradoras. Viúva de um marido vivo, incapacitado devido às condições insalubres de trabalho, ela vê os filhos seguirem o caminho do pai, já que a fonte de renda da região vem da mineração.

Na trama, as partidas se tornam algo comum na vida de Kaylane, que vive e cresce na comunidade de operários. Ela vê o tempo passar em um ritmo diferente do imposto pela produtividade do capitalismo, nutrindo uma curiosidade única pela vida e permeada não só pelo instinto de sobrevivência, mas também sua sensibilidade, imaginação e sua forma singular de se relacionar com a natureza e os insetos que encontra durante suas andanças.

Sozinha em um cenário ocre e destruído pela inconsequente ação das mineradoras na região, ela se torna vítima do êxodo de sua própria história, buscando caminhos e direções para seguir em frente.

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Joubertt Telles é graduado em jornalismo pelo Centro Universitário Estácio Juiz de Fora, em 2010, e possui curso de Processo de Comunicação e Comunicação Institucional pela Fundação Getúlio Vargas. Trabalha na Itatiaia Juiz de Fora desde 2016, como repórter e apresentação. Prêmio Sindicomércio de Jornalismo 2017, na categoria rádio. Prêmios do Instituto Cultura do Samba como destaque do jornalismo local, em 2016 e 2017. Já atuou na Rádio Globo Juiz de Fora, TVE e Diário Regional, além de ter desempenhado função de assessor parlamentar na Câmara Municipal de Juiz de Fora.
Mayara Fernandes é natural de Juiz de Fora, graduanda em jornalismo pela Faculdade de Comunicação da UFJF. Gosta de ver filmes e ler livros. Estágiaria Web e Design Gráfico em Juiz de Fora desde abril de 2024.