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Dona Lucinha ganha estátua em frente ao Mercado Central

Estátua em tamanho real será inaugurada neste sábado (8), na esquina da Rua Curitiba com a Av. Augusto de Lima

Estátua de Dona Lucinha em produção

Dona Lucinha, uma das grandes embaixadoras da cozinha mineira, recebe homenagem póstuma neste sábado (8). Uma estátua de bronze, representando a cozinheira em tamanho natural, será inaugurada na porta do Mercado Central de Belo Horizonte, na esquina da Rua Curitiba com a Av. Augusto de Lima.

“O Mercado Central me enche de encantos: lugar dos temperos, das cores e dos sabores. Aqui, sinto-me em casa!”, dizia Dona Lucinha sobre o Mercado, local onde podia ser vista com frequência. A frase, inclusive, será lida em uma placa ao lado da estátua.

Léo Santana, escultor responsável pela homenagem, conta que a execução da escultura levou de 4 a 5 meses de trabalho dele, de parceiros de fundição, produção e da família de Dona Lucinha. A ideia da homenagem veio de um encontro entre Léo e Márcia Nunes, uma as filhas da cozinheira.

Em entrevista ao programa Rádio Vivo, na Itatiaia, Márcia disse que Léo “capturou os olhos” de Dona Lucinha que, para ela, eram marca da mãe. E relembrou a frase que representa a cozinheira: “O primeiro ingrediente que se põe na panela é o amor”.

Quem foi Dona Lucinha?

Dona Lucinha, ou Maria Lúcia Clementino Nunes, nasceu no Serro, em 1932, e foi uma das responsáveis por divulgar a gastronomia mineira no país. Ela teve 11 filhos e 27 netos. Além de cozinheira, também foi professora do primário, catequista, salgadeira, doceira, feirante, quitandeira, diretora escolar e vereadora.

Em Belo Horizonte, fundou o restaurante com o próprio nome, o “Dona Lucinha”, que atualmente tem unidade na rua Padre Odorico, 38, na Savassi. Há outra unidade em São Paulo, em Moema.

Em 2015, Dona Lucinha foi tema do enredo do Carnaval do Rio de Janeiro, pela Acadêmicos do Salgueiro. Foi autora de diversos livros e recebeu prêmios importantes. Morreu em abril de 2019, aos 86 anos.

Semana da Gastronomia Mineira

O dia 5 de julho é o “Dia da Gastronomia Mineira”. A data homenageia Eduardo Frieiro, autor do livro “Feijão, Angu e Couve”, obra pioneira na abordagem da formação da culinária mineira.

A inauguração da estátua neste sábado faz parte da programação da Semana da Gastronomia Mineira. Para o Governo de Minas, Dona Lucinha foi “responsável por iniciar um movimento de revalorização dos ingredientes tradicionais da cozinha mineira”.

Também durante a Semana, a cozinha mineira se tornou “Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais”, durante a reunião do Conselho Estadual de Patrimônio Cultural. A deliberação foi no dia 5 de julho, Dia da Gastronomia Mineira.

Coordenadora de jornalismo digital na Itatiaia. Jornalista formada pela UFMG, com mestrado profissional em comunicação digital e estratégias de comunicação na Sorbonne, em Paris. Anteriormente foi Chefe de Reportagem na Globo em Minas e produtora dos jornais exibidos em rede nacional.