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Por que resgatar o caderno de receitas da família pode fazer a diferença na sua alimentação e na sua vida

Compartilhar o que comer e as atividades envolvidas nesse ato são maneiras simples e profundas de criar e desenvolver relações afetivas entre as pessoas.

Livro de receita familiar

Por Ministério da Saúde

Voltando um pouco na história, lá na época dos nossos ancestrais, é possível perceber como a evolução da humanidade é marcada pelo domínio das técnicas e habilidades culinárias. Com o surgimento do fogo, por exemplo, as preparações se tornaram mais versáteis e ainda ganharam resultados mais saborosos.

Mas ainda investigando o passado, é possível perceber que cozinhar vai muito além da sobrevivência. É uma expressão cultural e uma herança familiar, que geralmente aprendemos dentro de casa e passamos de geração em geração. Ou pelo menos foi assim por algum tempo, já que esse hábito tão rico tem se perdido.

Mas resgatar o caderno de receitas da família pode fazer a diferença na sua alimentação e na sua vida sob diversos aspectos, como o social, econômico, emocional e da saúde. Para preparar as refeições em casa, com a família, damos preferência aos alimentos in natura, minimamente processados e ingredientes culinários como óleo, sal e açúcar (com moderação).

Ao consumir refeições prontas e congeladas, estamos sujeitos ao surgimento de diversas doenças, incluindo a obesidade, a hipertensão, a diabetes e até mesmo o câncer pelo fato desses produtos serem desbalanceados nutricionalmente e, na maioria das vezes, ricos em sódio, açúcar e gorduras, que é uma característica dos alimentos ultraprocessados.

Cozinhar é mais barato, saudável e social

Quando falamos na parte financeira, é sempre bom lembrar que fazer a própria comida pode ser mais barato. Adquirir alimentos in natura e minimamente processados diretamente de quem produz, além de sair mais barato, impacta positivamente a economia local, estimulando e valorizando a produção de pequenos agricultores.

Já os pilares social e emocional andam juntos. Conforme lembra o Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado pelo Ministério da Saúde, os seres humanos são sociais e o hábito de comer em companhia faz parte da nossa história, assim como a divisão da responsabilidade por encontrar ou adquirir, preparar e cozinhar alimentos. Compartilhar o que comer e as atividades envolvidas nesse ato são maneiras simples e profundas de criar e desenvolver relações afetivas entre as pessoas.

Isso sem falar do ponto de vista cultural, já que alguns alimentos e pratos típicos representam povos e culturas. Recuperar uma receita, seja ela regional ou familiar, vai ao encontro das raízes de quem consome aquele alimento. Toca nas emoções, resgata memórias e remete à infância.

E por falar nisso, é importante lembrar como as habilidades culinárias impactam no início da vida. Afinal, as crianças aprendem vendo exemplos. Ou seja, para que a etapa da introdução alimentar não seja um sacrifício, é essencial que elas vejam a família comendo alimentos saudáveis, como legumes, verduras, frutas, arroz, feijão, carnes, ovos e água própria para o consumo humano. Mas mais do que isso, é importante que elas façam parte do processo de cozinhar, respeitando as limitações de cada faixa etária.