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Como foi montado o ‘novo Dream Team’ dos EUA para a Olimpíada de Paris

Time de LeBron James, Stephen Curry e Kevin Durant tentará o quinto ouro olímpico seguido para os EUA

A seleção de basquete dos Estados Unidos chegou aos Jogos Olímpicos de Paris com força máxima. A equipe, que estreia às 12h15 (de Brasília) deste domingo (28), contra a Sérvia, pelo Grupo C, é liderada pelos três principais astros nacionais da NBA: LeBron James, Stephen Curry e Kevin Durant.

Aos 39 anos, LeBron volta a uma disputa olímpica depois de duas edições fora. Já Curry, de 36, disputará uma Olimpíada pela primeira vez na longa e vitoriosa carreira. Mas o que explica as duas super estrelas se juntarem a outros astros somente em Paris?

Para entender isso, precisamos voltar no tempo. Após a conquista da medalha de ouro em Tóquio 2021 (o quarto título seguido) com uma equipe forte e liderada por Durant, os Estados Unidos mantiveram uma tendência de atuar em Copa do Mundo com uma equipe jovem.

Em 2023, com jogadores em ascensão, como o ala-armador Anthony Edwards, os EUA decepcionaram pela segunda vez seguida em um Mundial ao caírem na semifinal dos Jogos Olímpicos para a futura campeã Alemanha. Para piorar, o “Team USA” perdeu a disputa pelo terceiro lugar para o Canadá.

Na edição de 2019 do Mundial, mantendo a linha de convocar jovens jogadores destaques da NBA, os Estados Unidos foram ainda pior, caindo nas quartas de final após derrota para a França. Essas derrotas e outros pontos, como o número de estrangeiros de destaque na NBA, fizeram com que o basquete dos EUA fosse questionado.

O ponto alto foi quando o corredor estadunidense Noah Lyles, bronze em Tóquio nos 200m e atual campeão mundial nos 100m, 200m e 4x100m, disparou contra as equipes da NBA. O atleta, favorito ao ouro em Paris 2024, questionou o fato de as franquias serem consideradas campeãs mundiais na NBA.

“Sabe o que mais me incomoda? É o fato de eu assistir as finais da NBA, e eles terem ‘campeões mundiais’ nos telões. Campeões mundiais de quê? Dos Estados Unidos? Não me levem a mal, eu amo os Estados Unidos, às vezes, mas não são o mundo”, disse, em agosto de 2023, durante o Mundial de Atletismo.

“Esse não é o mundo, nós (Mundial de Atletismo) somos o mundo. Temos quase todos os países aqui lutando e colocando sua bandeira no peito, mostrando o que estão representando. Não há bandeiras na NBA”, completou.

A declaração gerou reações diversas no nas pessoas ligadas ao basquete. Elas ganharam ainda mais eco dias depois, quando os EUA caíram para a Alemanha no Mundial.

A partir de então, aliado ao fato de possivelmente ser a última possibilidade de disputa olímpica de LeBron James, o “Rei” começou a se mostrar aberto ao fato de estar em Paris junto de outras estrelas. Montar uma equipe das mais fortes possíveis era a ideia, logo aceita por Curry e Durant, por exemplo.

Com o passar do tempo, vários outros jogadores começaram a ver com bons olhos a disputa. Há uma dificuldade cultural da NBA com torneios que ocorrem durante as férias da liga, especialmente pela preocupação com lesões e divergências com a Federação Internacional de Basquete - Fiba.

A seleção

Com isso, para muitos, o time convocado foi o melhor possível - salvo algumas ressalvas. Pelas redes sociais, usuários questionaram o fato de o armador Kyrie Irving ser esnobado, além de outros nomes, como Trae Young.

Originalmente, foram 16 títulos de NBA entre os convocados da Seleção Estadunidense para a Olimpíada, além de oito MVPs de temporada regular e inúmeras seleções ao All-Star Game do melhor basquete do mundo. A seleção, comandada pelo técnico Steve Kerr, do Golden State Warriors, chegou a ser comparada com o conhecido “Dream Team” de 1992.

O time estadunidense não venceu o ouro olímpico desde 1992, com Michael Jordan, Magic Johnson, Larry Bird na equipe somente em Atenas 2004. Na ocasião, a equipe do armador Allen Iverson e do ala-pivô Tim Duncan ficou com a medalha de bronze. Por conta disso, o time de Pequim 2008 ficou conhecido como “time da redenção” após a conquista do ouro.

Após a apresentação da equipe, houve somente um corte: em consenso com o Los Angeles Clippers por preocupação com lesão, o ala Kawhi Leonard deu lugar ao ala-armador Derrick White, do Boston Celtics. Novamente, a escolha foi questionada por alguns, já que o atual MVP das finais da NBA, Jaylen Brown, dos Celtics, ficou de fora.

Leia também

Basquete dos EUA em Paris 2024

  • Bam Adebayo - pivô do Miami Heat
  • Devin Booker - ala-armador do Phoenix Suns
  • Stephen Curry - armador do Golden State Warriors
  • Anthony Davis - ala-pivô do Los Angeles Lakers
  • Kevin Durant - ala do Phoenix Suns
  • Anthony Edwards - ala-armador do Minnesota Timberwolves
  • Joel Embiid - pivô do Philadelphia 76ers
  • Tyrese Haliburton - armador do Indiana Pacers
  • Jrue Holiday - armador do Boston Celtics
  • LeBron James - ala do Los Angeles Lakers
  • Jayson Tatum - ala-pivô do Boston Celtics
  • Derrick White - ala-armador do Boston Celtics
  • Steve Kerr - técnico do Golden State Warriors

Novo “Dream Team” em Paris

Os Estados Unidos estão no Grupo C dos Jogos Olímpicos de Paris, junto de Sérvia, Sudão do Sul e Porto Rico. Os dois melhores de cada uma das três chaves garantirão vaga nas quartas de final. Já os dois terceiros colocados de melhor campanha geral também seguirão para os mata-matas dos Jogos de Paris.

As quartas de final serão disputadas em 6 de agosto, as semis no dia 8 e o jogo da medalha de bronze e a final olímpica no dia 10.

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, os Estados Unidos venceram a medalha de ouro. A França foi vice-campeã, enquanto a Austrália ficou com o bronze.

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Matheus Muratori é jornalista multimídia com experiência em muitas editorias, mas ama a área esportiva. Faz cobertura de futebol, basquete, vôlei, esportes americanos, olímpicos e e-sports. Tem experiência em jornal impresso, portais de notícias, blogs, redes sociais, vídeos e podcasts.
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