Durante três horas de entrevista na Arena MRV, concedida neste sábado (7), o empresário Rafael Menin respondeu várias perguntas feitas por jornalistas. Uma delas, sobre por que o Atlético não optou pelo regime de Recuperação Judicial como estratégia para zerar a dívida que, atualmente,
Durante a sabatina com a imprensa, o gestor da SAF do Alvinegro relembrou o aporte realizado pela família e o aval, também milionário, para que um empréstimo fosse realizado. Ambos, inclusive, somaram R$ 1 bilhão. Além disso, relembrou pagamentos de urgência feitos. Para ele, “coisa do arco-da-velha”.
“Quando a gente começou a fazer os aportes, os primeiros R$ 300 milhões fomos nós que fizemos sem cobrar juros. Dado tudo o que falamos, sobre investimento em elencos, Arena, juros, salários aumentando e tudo o que foi feito no Atlético... os passivos do passado, dívida com Fifa; Tardelli, tem que pagar 7 milhões de Euros amanhã, Maicossuel, putz! É coisa do arco-da-velha. Vocês não fazem ideia do que tivemos de passivo para pagar ‘para ontem’. Foi WRV, Acqua Park.. cada história, coisa de maluco, que tivemos que resolver. Além de empresários, que não vou citar nomes, que a gente resolveu. O Galo, de 2010 para cá, não pagou ninguém (agentes). Fizemos acordos trabalhistas; era uma insanidade”, destacou Menin.
Ele prosseguiu falando sobre o dinheiro colocado no clube e aproveitou para entrar no assunto “Recuperação Judicial (RJ)”. Para o empresário, algo que soa como “cano” no mercado.
“Além dos R$ 300 milhões que colocamos, faltava outros R$ 700 milhões, que vieram de empréstimos bancários. Imagina o Atlético lá em 2021 pedindo R$ 100 milhões ao BTG, por exemplo, sendo o Atlético a garantia; a possibilidade de acontecer era zero. A única probabilidade era a gente, como pessoa física, assinar documento colocando a família Menin assumindo a dívida. Agora, pergunto: alguma família fez isso na história do futebol brasileiro? Não. Nós assumimos o problema”, disse.
“Como você faz uma RJ, pegando todos os bancos que o Atlético deve e não pagar ninguém? Obviamente seria decretada a falência do clube. A família teria que honrar com os R$ 700 milhões, além dos R$ 300 milhões emprestados sem juros e que depois virou capital social. Não é uma relação muito justa e correta. Quem foi lá e teve a coragem de fazer esta doideira, que ninguém nunca fez na história do Brasil. Se somar aporte e aval, dá mais de R$ 1 bilhão. Realmente não dava para fazer RJ”, acrescentou.
Honradores de compromisso
Para finalizar, Rafael desabafou sobre críticas recebidas e destacou que, para ele, a cúpula deveria ganhar aplausos pela opção feita. Segundo o empresário, “colocar a cabeça no travesseiro de forma tranquila” é o que vale.
“Agora, RJ é uma coisa bonita? Não. Atrasamos um pouco a dívida com A, B ou C, e vamos pagar, como outros 300 credores do passado que pagamos. A torcida deveria achar mais bacana gestores que assumiram um passivo de todo tamanho, do que pagar RJ, pagar 20% da dívida e dar cano nos 80%. Nunca fiz isso nos meus negócios, assim como meu pai ou o Sérgio (Coelho). Colocamos a cabeça mais tranquila no travesseiro por não ter dado R$ 1 bilhão de cano nos outros”, pontuou.
Tem gente que é legal e correto, mas a gente não: achamos feio. A despeito de alguns pagamentos que hoje temos em aberto, e antes não tínhamos, vamos honrar. Somos honradores de compromisso, e honramos compromissos de outros que não honraram ao longo dos anos. A gente assume a nossa bronca e assumimos a dos outros. Deveria ser motivo de aplausos e não de críticas”, finalizou.
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