O Conselho Deliberativo do Atlético aprovou, nesta terça-feira (16), na Arena MRV, em Belo Horizonte, o fim da cláusula ‘anti-diluição’ prevista no contrato com a SAF. Agora, a Associação, detentora de 25% da empresa, pode vender até 15% das ações, caso haja uma proposta de, no mínimo, R$ 200 milhões.
Na votação, 184 conselheiros foram a favor e nove conselheiros foram contra. A sessão foi marcada por muita conversa entre os conselheiros. Rubens Menin, investidor da SAF do Galo, e Sérgio Coelho, presidente da associação, tiraram dúvidas dos presentes.
Alguns não concordaram com o valor mínimo de R$ 200 milhões e pediam que a quantia fosse elevada para R$ 500 milhões. No entanto, foi explicado que o valor investido será proporcional a porcentagem. Ou seja, o valor de R$ 200 milhões não corresponde a 15% da SAF.
O movimento facilita, na visão dos atuais gestores, a busca por um novo investidor. O processo já está em curso e deve ser intensificado após a votação no Conselho Deliberativo. Bruno Muzzi, CEO do Atlético, afirmou que a posição da Associação não muda mesmo com uma eventual alteração de porcentagem.
“Isso não muda em nada para a associação, em absolutamente nada. Os poderes que ela tem com 25%, com 15%, com 12%, com 10% são exatamente os mesmos. Então passa a ser um discurso de ‘está perdendo percentual’ do que uma coisa racional, concreta, que é normal de qualquer empresa, de mercado, de qualquer investimento”, disse Muzzi em entrevista à Itatiaia no dia 19 de julho.
Mudança no percentual da SAF
O pedido pelo movimento partiu do Conselho de Administração do Alvinegro. Ele prevê que a diluição das ações só ocorreria sob as seguintes condições:
- Oferta vinculante para aporte na forma primária por eventual investidor, de forma direta ou indireta;
- Que o aporte no Atlético seja de pelo menos R$ 200 milhões;
- Que independentemente do número de Ações Ordinárias Classe A da emissão da Companhia detidas pelo Atlético, referente acionista terá direito de indicar pelo menos dois membros para o Conselho de Administração.
Cláusula anti-diluição
Hoje, a porcentagem da associação do Atlético é protegida por uma cláusula anti-diluição no contrato com a SAF. Com a aprovação, a cláusula seguirá existindo, mas com um percentual menor para a associação.
Novos aportes?
Em entrevista coletiva concedida no dia 7 de junho,
“A gente tem um processo que foi iniciado, mas a transação no futebol é dificílima. Eu gostaria de ter controle sobre isso (chegada de novos aportes) e afirmar aqui: ‘Eu cravo que em 2025 os atuais acionistas ou novos acionistas vão colocar aqui no Atlético ‘X’ milhões de reais’. Eu não posso fazer isso. O que eu posso falar é que temos um processo em curso (de novo aporte), que é demorado e difícil”, disse.