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Mineirão vai retirar cadeiras após autorização do governo? Veja o que sabemos

Governador Romeu Zema sancionou lei que permite a volta da ‘geral’ em estádios de Minas Gerais

Estádio Mineirão, em Belo Horizonte

No último sábado (13), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, sancionou a Lei nº 25.479, de 2025. Ela altera a Lei 23.772, de 2021, e retira o limite de setores sem cadeiras em estádios do estado. Antes, as ‘gerais’, como são conhecidos popularmente os setores sem cadeiras, eram limitadas a 20% da capacidade do estádio.

A nova lei também define que os setores sem cadeiras terão ingressos mais baratos do que as outras partes do estádio.

O projeto de lei de autoria do deputado Bruno Engler (PL), foi aprovado no dia 20 de agosto pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Agora sancionado, poderá ter impacto direto no Mineirão.

A discussão da retirada de cadeiras no Mineirão teve início após torcedores do Cruzeiro começarem um movimento pedindo a volta da ‘geral’ no Gigante da Pampulha. Os cruzeirenses querem a retirada das cadeiras do setor amarelo, onde geralmente as Organizadas celestes assistem aos jogos.

Mas essa mudança vai realmente acontecer?

A sanção da lei não significa que todos os estádios tenham a obrigação de fazer um setor sem cadeiras. A medida apenas autoriza, no caso do Mineirão, que a Minas Arena faça essa mudança.

Porém, os torcedores podem se alegrar. O Cruzeiro e a Minas Arena, administradora do estádio, já mostraram interesse em voltar com a ‘geral’.

Quais os próximos passos?

Em maio, durante uma audiência pública na ALMG, Jacqueline Alves, diretora da Minas Arena, revelou que a empresa já conduzia estudos junto ao clube celeste para viabilizar a mudança.

Segundo Jacqueline, é preciso avaliar medidas de segurança e logística para o setor sem cadeiras como: viabilidade técnica da arquibancada, viabilidade das barreiras anti-esmagamento e da quantidade de público do setor, saídas de emergência, avaliação estrutural quanto a carga, necessidade ou não do aumento de catracas e avaliação do dimensionamento de sanitários.

Além do Governo de Minas Gerais, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA), e o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte (COPCM-BH) também precisam aprovar a retirada das cadeiras.

Após a aprovação por todos os órgãos competentes e pela administradora, o Mineirão precisaria de um novo Laudo de Segurança e um novo Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).

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Custos

Um outro tópico a ser discutido, segundo o Ge, é o responsável pelos custos da obra. Apesar de ter o controle do Mineirão, a Minas Arena tem um contrato de utilização com o Cruzeiro, principal interessado na alteração da arquibancada.

Ainda em maio, Marcone Barbosa, diretor de marketing e comercial do Cruzeiro, teria dito que o clube e o Gigante da Pampulha estariam alinhados em relação à volta da geral.

Em junho, Pedro Junio, vice-presidente do Cruzeiro, reafirmou que as conversas com a Minas Arena sobre a retirada das cadeiras já estavam em andamento. Entretanto, o filho de Pedro Lourenço, dono da SAF cruzeirense, disse que são planos futuros, talvez para 2026.

“A gente viu o movimento da torcida e apoiamos o torcedor nesse movimento. O Cruzeiro já tem conversas com a Minas Arena sobre esse tema. Para a gente é importante, sabemos o quanto é difícil ir no estádio hoje, quanto é caro o ingresso e é difícil para o torcedor acompanhar o clube, o sonho dele é voltar, ter que tirar as cadeiras”, disse Pedro Junio à TV Globo.

“Na conversa com a Minas Arena, a gente espera ter um retorno mais breve possível. Acho que esse ano ainda não dá pra pensar nisso. Eu acho que esse ano é mais complicado, assim, pelas tratativas que a gente vê com a Minas Arena, pela discussão que ainda está tendo. Acho um pouco difícil, mas a gente espera que para o ano que vem teremos isso solucionado”, completou.

Copa do Mundo Feminina

A Copa do Mundo Feminina de 2027 será realizada no Brasil e pode ser um impasse para a retirada das cadeiras do setor amarelo do Mineirão. O Gigante da Pampulha é um dos estádios-sede da competição.

Segundo o regulamento da Fifa, nenhum estádio que sedia competições da federação internacional pode ter setores sem cadeira.

Segundo a apuração da Itatiaia, caso as cadeiras sejam retirada, elas terão que ser recolocadas para a disputa do Mundial de futebol de mulheres, entre os dias 24 de junho e 25 de julho de 2027.

Giovanna Rafaela Castro é jornalista em formação e integra a equipe do portal Itatiaia Esporte