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Príncipe Andrew deverá responder questionamentos sobre caso Epstein, diz ministro

Príncipe Andrew foi destituído do cargo nessa quinta-feira (30) devido ao envolvimento no caso Epstein

Príncipe Andrew e Jeffrey Epstein

O príncipe Andrew, que foi destituído do cargo por um escândalo de abuso sexual, deverá responder às perguntas dos Estados Unidos em relação ao caso Epstein, caso seja solicitado, afirmou um ministro britânico.

Chris Bryant, ministro do Comércio, disse que o governo britânico apoia “calorosamente” a decisão de Charles. “Acho que a grande maioria concordará que é o certo a fazer”, disse ao programa BBC Breakfast.

Como Andrew agora é um “cidadão comum”, ele deveria ir aos EUA para responder sobre o caso Epstein.

Escândalo de príncipe Andrew

Andrew Mountbatten-Windsor foi destituído do cargo de príncipe por seu irmão, o Rei Charles III, nessa quinta-feira (30), e foi retirado da lista do Palácio de Buckingham. Além disso, ele também não poderá morar mais no Royal Lodge.

A ex-esposa dele, Sarah Ferguson, que também morava no local, terá que fazer seus próprios arranjos, no entanto, as filhas, Eugenie e Beatrice, continuam com o título de princesas.

O irmão de Charles foi acusado de abusar sexualmente de Virginia Giuffre, uma das vítimas centrais do esquema de tráfico sexual de Jeffrey Epstein, magnata americano condenado em 2008 por crimes de prostituição envolvendo menores de idade.

Virginia alegou que o então príncipe – que nega todas as acusações – cometeu os abusos em 2001, quando tinha 17 anos.

Anos depois, Andrew fechou um acordo financeiro extrajudicial confidencial com Giuffre nos Estados Unidos, retirando todas as acusações civis contra ele.

Além disso, se tornou público um acordo feito por ela com Epstein em 2009 – ano em que ele morreu na prisão – para não processar outros “réus em potencial” em troca de 500 mil dólares.

Virginia teve a morte comunicada pela família em abril deste ano, onde disseram que ela partiu “por consequência dos danos psicológicos profundos causados por anos de abuso e exploração sexual”.

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Quem é Jeffrey Epstein

Jeffrey Epstein foi um financista americano bem-sucedido. Ele enriqueceu com seu fundo de investimentos, o “Jeffrey Epstein VI Foundation” e convivia com celebridades, políticos, membros da realeza e outras pessoas de renome e fama mundial.

A situação começou a mudar em 2008, quando ele foi condenado por exploração sexual. Ele pagava garotas menores de idade por massagens a pessoas de seu entorno na Flórida. Um acordo judicial secreto o livrou de um julgamento federal e sentenciou a 13 meses de prisão.

O caso mais ruidoso, no entanto, ocorreu em 2019, quando Epstein foi acusado e preso por organizar uma rede de exploração sexual de menores, com as quais manteve relações sexuais em suas propriedades nos Estados Unidos e em outros países. Nomes famosos fariam parte desta rede, como o do Príncipe Andrew, da Inglaterra.

Epstein cometeu suicídio em 2019, pouco depois de ser preso, antes de ser julgado pelos crimes levantados pelo FBI.

‘Epstein files’

Epstein files’, ou arquivos do caso Epstein, é uma forma de fazer referência às investigações sobre a rede de abuso sexual de menores comandada pelo bilionário

Há documentos que já foram tornados públicos, como a denúncia do FBI divulgada em 2019 que o tornou réu em Nova York por exploração e tráfico sexual de menores. Outros documentos públicos, segundo a BBC Brasil, são de um processo relacionado a Ghislaine Maxwell, ex-namorada de Epstein, que era seu ‘braço direito’ nos crimes.

No entanto, para várias figuras proeminentes da direita norte-americana, o governo do país esconde segredos e documentos relacionados a Jeffrey Epstein. A CNN Brasil explica que, de acordo com essa teoria da conspiração, o governo norte-americano estaria encobrindo uma lista de homens poderosos, uma espécie de “lista de clientes”, ligados a Epstein.

Trump deu força à teoria conspiratória ainda durante as eleições, quando falou em 2024 sobre a possibilidade de divulgar mais arquivos do governo dos EUA sobre o caso.

Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.