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Médica de Isabel Veloso se pronuncia após jovem dizer que ‘não tem câncer terminal’

Isabel Veloso foi acusada nas redes sociais, sobre mentir o diagnóstico; médica se pronunciou e explicou sobre o crescimento do tumor

Dra Melina Branco, médica de Isabel Veloso, se posiciona nas redes sociais, após polêmica sobre “câncer terminal” da jovem.

Recentemente a influenciadora Isabel Veloso, de 18 anos, revelou que não tem “câncer terminal”. De acordo com a jovem, que está grávida do primeiro filho, seu disgnóstico mudou. Acompanhada por milhares de pessoas pelo Brasil, o nome da paranaense ficou entre os assuntos mais comentados das redes sociais, nessa terça-feira (27), gerando dúvida sobre seu real diagnóstico. Muitos questionavam sua médica, Melina Branco, que nesta quarta-feira (28), decidiu se pronunciar.

Em um post feito em seu Instagram, a Dr.ᵃ que se apresenta como “Dr.ᵃ Melina Branco | Paliativo e Cannabis — Te proporciono mais qualidade de vida através dos Cuidados Paliativos e Cannabis Medicinal”, se manifestou após dizer em uma entrevista que a jovem, não está em estágio terminal, mas sim, em cuidados paliativos. Devido a está declaração, Isabel passou a ser questionada sobre sua doença.

Na publicação ela diz: “Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ‘cuidado paliativo é uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida de pacientes e seus familiares que enfrentam uma doença grave e ameaçadora da vida por meio da prevenção, do alívio do sofrimento, da identificação precoce e do tratamento impecável da dor e de outros sintomas e problemas físicos, psíquicos, sociais e espirituais’”, começou explicando.

Ainda durante a publicação, a médica responsável detalhou os processos do tumor de Isabel e disse que ela voltou a crescer em 2024.

“Isabel Veloso foi diagnosticada com Linfoma de Hodgkin em 2021. Ela realizou inúmeros tratamentos quimioterápicos com oncologistas, porém, não teve sucesso. No final de 2023, ela apresentou remissão do tumor, mas, infelizmente, ele voltou a crescer em 2024”, acrescentou.

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Conforme Melina Branco Behne, que cuida de Isabel Veloso, a jovem a procurou no início deste ano, quando foi diagnóstica como uma paciente em Cuidados Paliativos. “Eu a diagnostiquei como uma paciente em Cuidados Paliativos. Ela é, sim, portadora do câncer; o tumor existe. Porém, o tumor está crescendo mais lentamente do que a Medicina previu”, explicou.

Ela continuou a publicação relatando sobre o crescimento do tumor e explicou sobre a expectativa de vida médica, que na época Isabel teria seis meses de vida.

“Na época, a equipe de Oncologia dela previu, de acordo com o crescimento inicial do tumor, que ela teria, em média, seis meses de vida. Porém, isso é apenas uma expectativa médica. Portanto, Isabel Veloso é, sim, uma paciente em Cuidados Paliativos, mantém seu acompanhamento e, por isso, apresenta estabilidade em seu quadro clínico”, concluiu Melina.

Confira o relato completo:

Entenda a diferença entre paciente ‘terminal’ e cuidados paliativos

Líder Nacional dos Cuidados Paliativos da Oncoclínicas Belo Horizonte, Dr. Sarah Ananda explica que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), “cuidados paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”.

O médico oncologista Amândido Soares destaca sobre cuidados paliativos: “Abrangem um período mais longo e podem ser combinados com tratamentos específicos da doença. Eles focam em melhorar a qualidade de vida do paciente”.

“Por exemplo: pacientes portadores de doença incurável, além do tratamento da doença, como quimioterapia, imunoterapia, etc, podem receber conjuntamente os cuidados paliativos, que tem por objetivo o alívio do sofrimento, que pode ser físico, emocional ou espiritual. Melhorar a qualidade de vida”, acrescenta.

Os cuidados incluem até o processo do luto. “O Cuidado Paliativo enxerga a possibilidade da morte como um evento natural e esperado na presença de doença ameaçadora da vida, colocando ênfase na vida que ainda pode ser vivida, assim o próximo princípio ‘Não acelerar nem adiar a morte’, que enfatiza que Cuidado Paliativo nada tem a ver com eutanásia, como muitos se confundem”, disse Sarah Ananda.

Terminalidade

Isabel Veloso alegou que os seis meses que tinha de vida encerrou em julho. Conforme a influenciadora, a doença estabilizou e ela se tornou “paciente em cuidados paliativos”. A médica paliativista explica que, em caso de pacientes em terminalidade, com um ano ou meses de vida, ele recebe cuidados de final de vida, que é uma parte dos cuidados paliativos.

“O cuidado paliativo é desde o diagnóstico, porque visa aliviar sofrimento, promover qualidade de vida e isso deve ser feito desde sempre. E os cuidados de final de vida eles vão promover um foco maior no conforto, sempre cuidando do paciente como um todo e também focando na família”, disse.

“Dentro dos cuidados paliativos, a gente define de acordo com o prognóstico, a estimativa de vida dele em fases. A fase final de vida ou terminalidade é quando a gente acredita que um paciente possa estar mais próximo do final da vida”, acrescenta.

Por outro lado, Dr. Amândido destaca que não há como um caso terminal passar para paliativo. “Chama-se de terminal no final da vida e o paciente não vai mais retornar para paliativo. Não tem reversão. Se é terminal, significa que está em fase final e que a morte está próxima”.
O certo é um paciente paliativo evoluir para terminal. “Usualmente, o paciente com uma doença incurável e que está em cuidados paliativos vai evoluir para ser um paciente terminal. Evolui de paliativo para end life care ( cuidados em final de vida)”, diz.

O médico segue: “Todo paciente com câncer avançado e incurável deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar, que inclua, além do oncologista, profissionais especializados em cuidados paliativos. Esses cuidados abrangem não apenas o tratamento dos sintomas físicos, mas também oferecem suporte emocional, religioso e espiritual ao paciente. Além disso, envolvem ativamente os familiares, informando-os sobre o prognóstico da doença e o que esperar de sua evolução”.

*Matéria com informações de Patrícia Marques*


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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.