A influenciadora Isabel Veloso, de 17 anos, soma mais de 2 milhões de seguidores nas redes sociais, onde compartilha a rotina de tratamentos paliativos para um câncer que define como “incurável”. A paranaense tem um Linfoma de Hodking localizado entre o pulmão e o coração e, conforme divulgado por ela e por médicos que participaram do tratamento, ela possui cerca de quatro meses de expectativa de vida.
Ainda através das redes sociais, Isabel define que vive com uma “doença incurável”, considerando que os médicos já estimaram uma expectativa de vida para ela, entre dois e quatro meses. A Dra. Melina Branco, médica pós-graduada em Cuidados Paliativos, é quem cuida do tratamento atual da influenciadora, cujo tratamento não é mais realizado para tentar curar o câncer.
“Falei com ela que não poderia dizer, porque depende da reação do corpo dela. Os paliativos entram pra melhorar a qualidade de vida, controlar os sintomas. Ela é uma paciente jovem”, relatou durante participação no podcast “Inteligência Ltda”. “Como estou sem tratamento, eles colocam no máximo uns seis meses. Eu insisti, porque eu queria saber. A médica falou que dava de dois a quatro, mas já tem dois meses. Pode errar muito ou acertar”, destacou Isabel no mesmo programa, quando
Hematologista do Grupo Oncoclínicas, em Belo Horizonte, o Dr. Caio César Ribeiro apontou que o termo “terminal” pode não ser adequado para qualquer situação, mas explicou o uso. "É possível que esse termo seja usado naqueles pacientes em que uma terapia curativa não possa mais ser oferecida. Isso não significa que não possam ser oferecidos ao paciente estratégias para melhorar sua qualidade de vida”, afirmou o especialista.
O documento que comprova que a jovem de 17 anos está sendo submetida somente a cuidados paliativos com foco em “controlar e aliviar sintomas” de um Linfoma de Hodgkin. Em tratamento domiciliar, Isabel está “em uso de altas doses de opioides para controle de dor”, conforme informado pela médica que conduz o tratamento paliativo.
O que é o Linfoma de Hodgkin
O Dr. Caio César Ribeiro explicou à Itatiaia que o “Linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer que afeta o sistema linfático”. A doença
Segundo o médico, a doença “corresponde a 0,5% de todos os tipos de câncer e costuma apresentar-se com crescimento de linfonodos no pescoço ou axilas, estes também conhecidos popularmente como ínguas. A doença pode acometer também a região próxima ao coração, conhecida como mediastino, e pode se manifestar com dores no peito e cansaço”.
"É uma doença que apresenta taxas de cura superiores a 80-90% com o tratamento”, revelou o médico. O tratamento, segundo o médico, é feito com quimioterapia, podendo envolver em alguns casos radioterapia, com duração média de entre dois e seis meses.
Isabel Veloso está em tratamento paliativo
Conforme já revelado por Isabel Veloso, ela não realiza mais nenhum tipo de tratamento para tentar conter o câncer, apenas remédios para reduzir a dor. A influenciadora de 17 anos está em tratamento paliativo, que busca melhorar a qualidade de vida de um paciente que não pode mais ser curado.
“Tratamento paliativo é diferente de cuidados paliativos. O tratamento vem quando não consegue mais fazer a doença sumir, não consegue a cura. O que pode fazer é reduzir a doença, controlar a doença, melhorar os sintomas”, esclareceu a líder dos Cuidados Paliativos do Grupo Oncoclínicas e médica paliativista, Sarah Ananda. “Isso é muito diferente da abordagem de cuidados paliativos, que é algo que vem desde o diagnóstico de uma doença que ameaça à vida e deve ser feito em conjunto com outros tratamentos oncológicos”, explicou.
Nas redes sociais, Isabel enfrenta alguns questionamentos sobre o quadro já que, segundo internautas, não “aparenta estar doente”. Entretanto, a avaliação médica do caso não se baseia na aparência dela. “Não significa que o paciente está nos últimos dias de vida. Não tem nada disso. Às vezes, não tem uma cura disponível atualmente na medicina, mas alguns tratamentos podem controlar e estabilizar a doença por muito tempo”, destacou Sarah Ananda.
Para pacientes sem respostas ao tratamento, como Isabel, o Dr. Caio César Ribeiro destacou alguns cuidados que devem ser tomados. “É muito importante que o médico hematologista que cuida do paciente com esse tipo de câncer explique sobre a doença e as expectativas em relação ao controle de sintomas e qualidade de vida”, iniciou.
“O acompanhamento de um médico de Cuidados Paliativos que irá auxiliar o hematologista e o paciente na condução dos cuidados para uma vida melhor também é muito importante”, pontuou o médico. “Recentemente, tivemos a criação do Comitê de Cuidados Paliativos na ABHH (Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia) que tem trazido mais avanço e cuidados para os pacientes”.
Conforme anunciado por Isabel, um novo exame mostrou que o crescimento do tumor se estabilizou, o que pode interferir na expectativa de vida dada pelos médicos. “É muito difícil traçar exatamente um tempo de vida para qualquer paciente que apresente uma doença refratária aos tratamentos disponíveis. O Linfoma de Hodgkin pode apresentar períodos de maior crescimento e estabilidade e pode ser que o tempo seja maior ou menor do que esse”, esclareceu o hematologista do Grupo Oncoclínicas.