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Marçal inelegível? Advogado explica se ex-coach poderá se candidatar nas próximas eleições

Durante a campanha à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal e pode ser barrado pela Lei da Ficha Limpa

Marçal disputou a prefeitura de São Paulo até o último minuto, mas bateu na trave e ficou de fora do segundo turno

De fora do segundo turno em São Paulo, Pablo Marçal (PRTB) corre o risco de ficar inelegível nas próximas eleições.

Mesmo sem avançar na disputa, as ações movidas contra o ex-coach enquanto ele ainda era candidato continuam tramitando na Justiça Eleitoral, de acordo com Igor Oliveira, doutor em Direito pela UFMG e advogado eleitoralista. “Independentemente do candidato a participar do segundo turno ou não, as ações, propostas que visam cassação de mandato e inelegibilidade, elas continuam correndo mesmo depois do pleito. Vamos lembrar aqui o caso de Jair Bolsonaro (PL), que se tornou inelegível mesmo perdendo as eleições”, afirmou para a Itatiaia.

Bolsonaro se tornou inelegível após ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entenderem que o ex-presidente praticou abuso de poder político e usou de forma indevida os meios de comunicação nas eleições presidenciais de 2022.

No caso de Marçal, ele responde a uma ação de investigação judicial movida pelo PSB, partido de Tabata Amaral, que levou a suspensão temporária dos perfis do ex-coach nas redes sociais; é investigado pela Polícia Federal (PF) por supostos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita eleitoral e lavagem de dinheiro nas eleições de 2022, quando chegou a lançar sua candidatura à presidência, mas acabou sendo barrado pelo TSE; ele ainda é investigado fora da esfera eleitoral pela Polícia Civil por colocar a vida de 32 pessoas em risco ao promover uma expedição sem autorização e sem acompanhamento profissional no Pico dos Marins, divisa entre São Paulo e Minas Gerais.

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Recentemente, Guilherme Boulos (PSOL) pediu a prisão de Marçal para a Justiça Eleitoral após o ex-coach divulgar na internet um laudo alegando que ele fez uso de cocaína em 2021 após um episódio de surto psicótico. O documento tem diversos erros de português e, de acordo com o psolista, mostra número de RG errado. A PF e a PC já disseram que o laudo em questão é falso.

Para a Itatiaia, Oliveira disse que, se condenado, Marçal corre o risco de ser barrado pela Lei Complementar nº 135, a Lei da Ficha Limpa. “A sanção de inelegibilidade é de oito anos, então caso venha ele incidir em alguma dessas hipóteses da Lei de Ficha Limpa, ele fica fora do jogo das disputas eleitorais das eleições que realizaram pelos oito anos subsequentes”, explicou.


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Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.