Ouvindo...

Após edital do carnaval não atrair marcas, PBH muda estratégia e vai apostar em ‘cotas comerciais’

Executivo vai dividir edital em cotas com diferentes valores para atrair empresas de pequeno e médio portes

Edital para patrocínio do Carnaval de BH vai passar por mudanças

Após o edital do carnaval de Belo Horizonte não ter atraído grandes marcas, a Prefeitura decidiu mudar de estratégia e apostar em um sistema de “cotas comerciais”. O primeiro edital previa que a grande marca que vencesse a disputa poderia explorar até oito marcas sob a chancela de “patrocínio master”, “patrocínio” e “apresenta”.

O edital previa, ainda, que somente uma marca poderia ter exclusividade comercial sobre outras empresas do mesmo ramo. Para isso, a empresa teria que desembolsar, no mínimo, R$ 800 mil - sendo R$ 300 mil para o Carnaval de 2024 e meio milhão de reais para a edição seguinte. No entanto, esse formato não gerou interesse no mercado.

Agora, ao invés de mirar em uma única grande empresa, o executivo vai dividir o edital em cotas com diferentes valores. A intenção é atrair também empresas de pequeno e médio portes, como explica o Gilberto Castro, Presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur):

“A ideia que a gente consiga fazer um edital com cotas diferenciadas, de valores que ainda não estão fechados, mas possivelmente será um edital com outras cotas. Estamos tentando criar oportunidades para empresas de pequeno, médio, grande e gigante porte, obviamente com valores diferentes e com contrapartidas proporcionais aos valores que serão aportados por essas empresas”.

O novo método seria como um patrocínio em uma camisa de futebol. A empresa que paga mais, tem mais benefícios e pode estampar a marca no peito, a área mais nobre e com mais visibilidade. Quem compra cotas menores, tem o direito de anunciar em espaços com um pouco menos de impacto, mas que também custam mais barato.

Nas devidas proporções, no Carnaval de BH, quem pagar mais, ficará com o Patrocínio Master, e consequentemente, terá mais direitos de exploração de marcas e produtos. A Itatiaia apurou que os técnicos da prefeitura e da Belotur estão decidindo, neste momento, o preço de cada cota comercial e a possibilidade de ativação que cada empresa terá direito.

Questionado do motivo pelo qual nenhuma empresa se interessou pelo antigo edital, o presidente da Belotur não soube apontar o motivo principal, mas destacou mudanças no mercado e afirmou que a prefeitura continua buscando novos investimentos para o Carnaval da capital mineira.

“Depois da pandemia existe uma transformação muito grande do mercado, não só Belo Horizonte como outros grandes carnavais também vem sofrendo essa dificuldade de ter grandes patrocínios. Mas foi apenas o primeiro edital que a gente lançou, a gente permanece dialogando com grandes marcas. A gente continua com uma expectativa de termos grandes marcas para que a gente possa ter um investimento cada vez maior da iniciativa privada, minimizando um investimento do poder público, mas também tendo o apoio da prefeitura”.

No edital, a Prefeitura está vendendo o carnaval de Belo Horizonte como “uma das melhores festas de rua do país”.

Leia mais:

Repórter de política na Rádio Itatiaia. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. No Grupo Bandeirantes, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na BandNews FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do BandNews TV. Vencedor de 8 prêmios de jornalismo. Já foi eleito pelo Portal dos Jornalistas um dos 50 profissionais mais premiados do Brasil.