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Piso da Enfermagem, Lei Paulo Gustavo, salário-educação: veja projetos aprovados em BH nesta quarta (27)

Câmara Municipal limpou parte da pauta de votações em sessão extraordinária convocada para esta quarta-feira

Câmara de BH realizou sessão extraordinária para votação de projetos de lei nesta quarta

A Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) aprovou, em primeiro turno, três projetos de lei que estavam na pauta da reunião extraordinária convocada para esta quarta-feira (27). Na lista, estão: a regulamentação para o pagamento do Piso da Enfermagem para profissionais que atuam em Belo Horizonte; uma mudança no Plano Diretor para permitir a instalação de uma empresa em uma rua do bairro Santa Cruz; e o descongelamento do tempo de serviço durante a pandemia para adicional e férias-prêmio de servidores municipais.

Os vereadores da capital mineira também aprovaram, em segundo turno, as autorizações para que a prefeitura possa utilizar R$ 20 milhões na área da cultura por meio da Lei Paulo Gustavo; outros R$ 20 milhões para o custeio de alimentação escolar e o salário-educação e mais R$ 30 milhões em emendas parlamentares.

Na próxima sexta-feira (29), os projetos aprovados em primeiro turno devem ser analisados em segundo turno, exceto o do Piso da Enfermagem. Isso porque a proposta recebeu emendas, que ainda devem ser analisadas em comissões na Câmara Municipal. A previsão é que a proposta seja votada em outubro.

Piso da Enfermagem

De acordo com o vereador Bruno Pedralva (PT), uma emenda apresentada por ele pretende adequar o pagamento à jornada de trabalho dos profissionais que atuam em Belo Horizonte, que é de 40 horas semanais.

“Neste momento, o STF está julgando embargos de declaração de entidades ligadas à Enfermagem para que o valor definido na Lei Federal não à carga horária de 44 horas, mas à jornada menor [de 40 horas] como previa anteriormente a legislação. Vamos aguardar essa resolução e deixar uma redação que não prejudique a enfermagem”, explica.

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Já o vereador Claudiney Dulim (Avante), que deixou o posto de secretário municipal de Assuntos Institucionais especificamente para participar da votação desta matéria, quer separar o pago adicional do piso em uma folha complementar para não impactar os profissionais de Enfermagem.

“Foi um avanço importante e estamos sugerindo à Prefeitura de Belo Horizonte que, quando for pago o Piso Salarial que estamos aprovando hoje, que é uma bandeira que a gente defende desde o primeiro dia aqui nesta Casa, que esse pagamento seja feito através de folha complementar. Dessa forma forma, os enfermeiros e auxiliares não receberão esses valores sob a incidência do teto máximo do Imposto de Renda”, justifica sobre a emenda apresentada ao projeto.

Lei Paulo Gustavo em Belo Horizonte

Na reunião extraordinária realizada nesta quarta-feira (27), foi aprovada a utilização de R$ 20 milhões para a Cultura por meio da Lei Paulo Gustavo, aprovada no Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A vereadora Iza Lourença (Psol) acredita que a lei recupera o setor.

"É um momento importantíssimo, porque vivemos anos muito difíceis para a cultura, principalmente para o audiovisual. Que essa lei venha para contemplar o audiovisual. Tivemos vários profissionais dizendo que a área praticamente acabou. Então, uma lei para recuperar esse setor”, avalia.

Obstrução na Câmara

A Câmara Municipal de Belo Horizonte vive um processo de obstrução, por reclamação de vereadores que estariam enfrentando dificuldade no diálogo com a prefeitura. No mês passado, um grupo de 14 parlamentares enviaram um ofício ao prefeito Fuad Noman (PSD) pedindo que sejam recebidos por ele na sede do Executivo municipal. À Itatiaia, o prefeito disse que poderia receber qualquer um, exceto o presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (sem partido), com quem tem tido rusgas desde o ano passado.

Em protesto contra a prefeitura, os vereadores de oposição não têm colaborado para votar os projetos no prazo normal. Por isso, neste mês, foram convocadas reuniões extraordinárias. Azevedo diz que esse é um gesto para a prefeitura e que os vereadores ainda aguardam esta abertura por diálogo.

"É um grande recado. A bandeira branca está estendida para a Prefeitura de Belo Horizonte. Atualmente temos cerca de 14 vereadores que estão impedidos, não são demandas pequenas, são demandas republicanas e a prefeitura, a meu ver, não deveria simplesmente fechar as portas para os vereadores porque eles são independentes, porque têm aqui sua capacidade de votar ou de se posicionar”, afirmou.

Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.