Em meio às pressões do Centrão por cargos no primeiro escalão do governo federal, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse, nesta sexta-feira (21), que sua relação com o Congresso é a “melhor possível”. De passagem por Belo Horizonte, ela ainda defendeu o embarque de mais partidos na base aliada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“A relação que estabeleci, desde o início, com o Legislativo, é a melhor possível. Não só tenho diálogo direto com o Parlamento, mas quero contribuir, ao lado dos outros ministros, para que o Brasil possa avançar no equilíbrio entre os Poderes da República, como acredito que deva ser”, afirmou, durante evento na sede Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A agenda de Nísia em BH serviu para a chefe da Saúde Federal anunciar o repasse de cerca de R$ 187 milhões ao estado. A verba, a ser entregue por meio de aportes mensais, vai custear ações de média e alta complexidade.
Partidos como o PP e o Republicanos tentam emplacar nomes em ministérios de Lula, como as pastas de Desenvolvimento Social e Esportes. O Ministério da Saúde, dono de um dos maiores orçamentos da União, também chegou a ser cobiçado, mas o presidente indicou que não pretende retirar Nísia do comando do setor.
“O presidente já colocou publicamente a questão de como vê a condução do ministério da Saúde. Não tenho mais nada a acrescentar a isso, a não ser minha visão de que temos de ter a melhor relação com o poder Legislativo, que faz parte de toda a composição do governo, dos partidos que apoiam - e espero que esse apoio seja cada vez maior, porque o Brasil precisa disso”, pregou a ministra.
Apesar de não ficar com o comando do Ministério da Saúde, o Centrão deve receber a presidência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O grupo negocia a nomeação de uma mulher para a vaga. O comandante interino da entidade é Alexandre Ribeiro Motta, servidor do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.
Trabalho integrado
Em Belo Horizonte, Nísia afirmou que seu trabalho no Ministério da Saúde é pautado pelo programa de governo de Lula.
“Digo o tempo todo: não há essa separação entre os componentes técnicos e políticos. Como ministra da Saúde, sou parte de um governo que apresentou uma plataforma à população, que elegeu o presidente Lula e o vice-presidente (Geraldo) Alckmin. Dessa maneira que vou conduzir as ações”, pontuou.