O vereador de Belo Horizonte, Miltinho CGE (PDT), rebateu pela primeira vez, nesta terça-feira (16), um
Em entrevista à Itatiaia, Miltinho negou ambos os argumentos utilizados pelo advogado Mariel Marra para pedir sua cassação por quebra de decoro parlamentar. Ele se disse “surpreso” com o pedido, mas “tranquilo”.
Conforme a representação, o caso de nepotismo envolve a nomeação de um assessor que é sobrinho de uma funcionária do gabinete. Ambos trabalharam no local por 12 meses, entre 2021 e 2022. A prática é vedada por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Isso já foi tratado com a própria Casa, já foi conversado com o jurídico. Eram pessoas que não eram parentes e não exerciam nenhum cargo de chefia. Não existe nepotismo nesse caso. Isso já foi resolvido”, afirmou.
Outra denúncia levantada pela representação encaminhada para a procuradoria da Câmara Municipal de Belo Horizonte, é de desvio de função de servidores lotados no gabinete de Miltinho para uma ONG.
De acordo com o documento, ele teria utilizado ao menos dois servidores, durante horário de expediente, para realizar atividades de resgate de animais, serviço feito pela ONG a qual ele é ligado.
“Com relação à utilização indevida de servidores lotados no gabinete do Denunciado na mencionada ONG de resgate animal, após realização de vasta pesquisa nas redes sociais do Denunciado, foram encontrados indícios de que ao menos dois assessores parlamentares do Denunciado estão de fato envolvidos diretamente no “GRUPO DE RESGATE ARRUDAS” e efetivamente atuaram nesta ONG enquanto estavam lotados no gabinete do denunciado, inclusive durante horário de expediente”, diz o texto.
A representação anexou ao processo um vídeo que mostra Miltinho participando de uma sessão da Câmara, de forma remota. Na ocasião, ele estava realizando uma ação da ONG dentro no ribeirão Arrudas junto a dois de seus assessores - Marcelo Henrique da Silva Moraes e Frederico Sousa Roiz.
Miltinho não negou à reportagem que os assessores estivessem trabalhando durante horário de expediente na atividade de resgate, mas relativizou.
“Meu mandato é da causa animal. Nós fomos eleitos por isso. Então, meus assessores estão trabalhando. Eu fico um pouco triste de ver a gente sendo julgado por isso, por estar dentro do rio, salvando animais e arriscando não só a minha vida, mas a dos meus assessores”, afirmou. “Se pegasse meu assessor bebendo, se ele atropelou uma criança bêbado, se está na praia... mas não, eles estavam trabalhando”, completou.
“Vou falar de coração, se isso for crime, se você tiver que sair para salvar o animal, vou cometer esse crime quantas vezes for preciso”, disse o vereador.