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Metrô de BH: metroviários decidem em assembleia manter greve

Nova assembleia da categoria foi marcada para o próximo sábado (25)

Em assembleia na manhã desta quarta-feira

Os metroviários de Belo Horizonte decidiram na manhã desta quarta-feira (22), em assembleia realizada pela categoria, continuar a greve em protesto contra a concessão do metrô da capital mineira.

A categoria marcou uma nova assembleia para o próximo sábado (25).

Parados desde o dia 14, os metroviários são contra a concessão do metrô de BH e exigem que os empregos dos funcionários da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) sejam assegurados.

“Ninguém se prontificou a fazer nada neste momento, nem o governo federal nem a CBTU, então como não tem novidades, seguimos o movimento. Se eles quisessem acabar com a greve, poderiam acabar com a greve, poderiam montar uma mesa de negociação. Mas passaram o carnaval todo ignorando a gente. Agora querem que a gente suspenda o movimento sem apresentar uma proposta?”, afirmou Pablo Henrique, diretor da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro).

Na assembleia desta quarta-feira (22), na sede do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG) os dirigentes defenderam o cancelamento do leilão do metrô de BH, que ocorreu em dezembro do ano passado, quando o grupo Comporte Participações S.A venceu a disputa.

A empresa vai administrar o transporte e fazer as obras de expansão da linha 1 e a construção da linha 2, que vai ligar a região do Barreiro.

A concessão do metrô é defendida pelos governos federal e estadual como uma forma de destravar investimentos no metrô de BH. No final do ano passado, a bancada do PT entrou na Justiça e pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que cancelasse o leilão, mas os pedidos não foram atendidos.

Multa e bloqueio de contas

Após solicitação judicial da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU-MG), o Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) determinou o bloqueio completo das contas bancárias de responsabilidade do Sindimetro-MG.

O TRT-MG determinou funcionamento de escala mínima de 70% na circulação dos trens, além da atuação da equipe de segurança em 100% da jornada. Em caso de descumprimento, o Sindimetro-MG deverá pagar multa de R$ 100 mil por dia. Durante o carnaval, entre os dias 17 e 22 de fevereiro, a multa diária será de R$ 150 mil.

Na última sexta, a CBTU-MG protocolou pedido à Justiça para que o valor da multa diária ao Sindimetro, devido à paralisação, passe para R$ 1 milhão.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.