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Greve do metrô de BH: metroviários decidem continuar paralisação por tempo indeterminado

Em assembleia na manhã desta segunda-feira (20), metroviários decidiram continuar paralisação

Metroviários de BH decidiram nesta segunda-feira

Em assembleia realizada na manhã desta segunda-feira (20), os metroviários de Belo Horizonte decidiram continuar em greve por tempo indeterminado.

A categoria está para desde terça-feira (14) em protesto contra a privatização do metrô da capital mineira. A paralisação causa transtorno para os foliões que precisam se movimentar pela capital mineira.

O leilão do metrô de BH foi realizado em dezembro e o grupo Comporte Participações S.A venceu a disputa. A empresa ficará responsável por administrar o transporte e fazer as obras de expansão da linha 1 e a construção da linha 2, que vai ligar a região do Barreiro.

Após a assembleia na manhã desta segunda-feira (20), o diretor Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro), Pablo Henrique, afirmou à Itatiaia que a categoria cobra uma resposta do governo federal sobre a privatização do metrô.

“A assembleia foi longa, teve que levar em consideração vários elementos, como a liminar da Justiça e o bloqueio, mas foi quase que unanimidade a continuidade do movimento. O que a categoria teve de ganho até o momento? A gente quer uma resposta do governo, queremos que o Lula se pronuncie. Acabou ou não a era das privatizações?”, questionou Pablo Henrique.

O governo federal, no entanto, já indicou apoio à concessão do metrô de Belo Horizonte, após negar um pedido da bancada do PT para suspender o processo do metrô da capital mineira. Em janeiro, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou que o projeto de concessão teria apoio do Planalto.

No final de semana, o diretor da Fenametro afirmou que a mobilização continuaria apesar das multas aplicadas pela Justiça.

“A Justiça determinou o bloqueio de R$ 250 mil nas contas do Sindimetro. Achamos isso um fato lamentável, porque a Justiça poderia reverter as coisas, poderia dar liminar garantindo os empregos, mas preferente dar multas. Ou seja, está a serviço da CBTU, está a serviço da demissão dos trabalhadores. A mobilização vai continuar independente da multa, porque a mobilização é da categoria. O Sindicato não se mobiliza sem a categoria. E a categoria está em vias de perder seu sustento. Não adianta o prefeito falar que alguém tem que ajudar ele, a questão é quem vai ajudar os trabalhadores. Nossa mobilização continua, apesar da repressão”, afirmou Pablo Henrique.

Multa e bloqueio de contas

Após solicitação judicial da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU-MG), o Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) determinou o bloqueio completo das contas bancárias de responsabilidade do Sindmetro.

O TRT-MG determinou funcionamento de escala mínima de 70% na circulação dos trens, além da atuação da equipe de segurança em 100% da jornada. Em caso de descumprimento, o Sindimetro-MG deverá pagar multa de R$ 100 mil por dia. Durante o carnaval, entre os dias 17 e 22 de fevereiro, a multa diária será de R$ 150 mil.

Na última sexta, a CBTU-MG protocolou pedido à Justiça para que o valor da multa diária ao Sindmetro, devido à paralisação, passe para 1 milhão de reais.

“A CBTU-MG informa que, na tarde de sexta-feira (17), o vice-presidente do TRT-3, desembargador Dr. César Pereira da Silva Machado Júnior, determinou o imediato bloqueio do valor de R$250 mil reais das contas bancárias do Sindimetro, pelo descumprimento de liminar até aquela data (16 e 17/02/2023), com o propósito de compelir o sindicato a observar a ordem proferida”, informou a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), por meio de nota.

“Em assembleia no último sábado (18), infelizmente, os metroviários votaram pela continuidade do movimento paredista. A CBTU-MG considera irresponsável a decisão conduzida pelo sindicato, que deixa a cidade sem o único transporte que atenderia o hipercentro, já que, durante o Carnaval, muitas ruas estão bloqueadas para a segurança dos foliões, passagens de blocos e escolas de samba”, diz a nota da CBTU.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.