Ouvindo...

PGR denuncia mais 150 pessoas por envolvimento em ato golpista de 8 de janeiro

Essa é a quinta denúncia apresentada por subprocurador; ao todo, 254 pessoas já foram denunciadas pela PGR

Denunciados foram presos em acampamento em frente ao QG do Exército

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou mais 150 denúncias contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) envolvidos nos atos violentos que resultaram na invasão e destruição do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional. Ao todo, 254 pessoas já foram denunciadas pela PGR.

De acordo com o órgão, todas elas foram detidas no acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, no dia seguinte aos atos e são acusados de associação criminosa e incitação ao crime equiparada pela animosidade das Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais.

Nas denúncias, o subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos ressalta que os acampamentos foram montados com a finalidade de forçar as Forças Armadas a agirem no sentido de uma intervenção militar para evitar que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, tomasse posse ou governasse.

“A partir desse fato [vitória de Lula nas eleições], verificou-se a convocação, por meio das mídias sociais, de milhares de pessoas para reunirem-se em acampamentos nas portas de unidades militares, tendo por mote principal uma intervenção militar, com a tomada dos Poderes Constituídos e a instalação de uma ditadura, revela a estrutura montada pelos bolsonaristas no acampamento”, afirmou.

O documento contém uma série de imagens que mostram que o local tinha opções para lazer infantil, como teatro de fantoches, sala de massagens, tendas para atendimento médico, refeições, carregamento de celular e até um gerador para garantir eletricidade em caso de problemas no sistema de distribuição de energia elétrica.

“A estabilidade e a permanência da associação formada por aqueles que acamparam em frente ao quartel são comprovadas, de forma clara, pela perenidade do acampamento, que já funcionava como uma espécie de vila, com local para refeições, feira, transporte, atendimento médico, sala para teatro de fantoches, massoterapia, carregamento de aparelhos eletrônicos, recebimento de doações, reuniões...”, diz trecho da denúncia.

Carlos Frederico dos Santos também ressaltou que os denunciados estavam no acampamento antes dos atos do dia 8 de janeiro e retornaram ao local depois de invadirem e depredarem os prédios públicos.

“Os integrantes da horda se dividiram em grupos, que se direcionaram separadamente, porém com o mesmo fim, a cada um dos edifícios-sedes dos Poderes da República, causando grande destruição, com o objetivo declarado de implantar um governo militar, impedir o exercício dos Poderes Constitucionais e depor o governo legitimamente constituído. Mesmo após esses fatos, que foram mundialmente publicizados, e que resultaram na prisão de dezenas de invasores e depredadores dos prédios públicos, o denunciado continuou acampado em frente ao Quartel General do Exército, mantendo-se associado ao grupo e mobilizado na incitação das Forças Armadas”, completou.

Enzo Menezes é chefe de reportagem do portal da Itatiaia desde 2022. Mestrando em Comunicação Social na UFMG, fez pós-graduação na Escola do Legislativo da ALMG e jornalismo na Fumec. Foi produtor e coordenador de produção da Record e repórter do R7 e de O Tempo
Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.