Ouvindo...

Até 2025, Brasil vai precisar de mais 540 mil profissionais de tecnologia

Projeção da Brasscom indica que crescimento do setor deve ser exponencial nos próximos anos

Oportunidades formais no segmento continuam a crescer

Apenas nos três primeiros meses de 2023, o macrossetor de tecnologia da informação (TI) criou 7.659 empregos formais no Brasil. Segundo a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom), isso indica que o segmento continua em ascenção, mesmo após o período da pandemia de covid-19, em que houve um crescimento muito acelerado do setor em todo o mundo.

Leia também:

O grande destaque é o aumento das contratações para equipes internas nas empresas — em oposição à terceirização: das 7.659 posições ofertadas, 6.816 eram desse tipo. Em 2022, foi a área que mais cresceu, com 14,2% de aumento. Para Affonso Parga Nina, presidente executivo da entidade, as companhias passaram a compreender a necessidade de ter especialistas para atuar na transformação digital. “Ficou claro para as companhias que era preciso investir.”

Entre 2021 e 2025, a demanda por profissionais projetada pela Brasscom é de 797 mil especialistas para o segmento. A soma esperada para 2021 e 2022 foi muito semelhante à realizada: a entidade estimou 180.689 vagas para a área de software e serviços no período e 75.579 para departamentos internos de TI. Foram criados 169.496 e 91.809 empregos, respectivamente. No total, foram 261.305 novas vagas, em comparação com as 256.268 previstas.

Em 2021, o macrossetor foi responsável pela contratação de quase 200 mil trabalhadores. Durante o ano de 2022, foram mais 117.038 vagas para profissionais do segmento. Atualmente, mais de 2 milhões de especialistas atuam em TI no país. Embora mais lentamente, a quantidade de oportunidades continua em crescimento e, para a Brasscom, deve ser exponencial nos próximos anos: 154.470 vagas em 2023, 179.327 em 2024 e 206.940 em 2025.

Trabalho formal

Os dados considerados pela entidade são obtidos no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que registra admissões e dispensas de profissionais e na Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Tratam-se, portanto, de estatísticas oficiais e não considera relações informais de trabalho.

É o caso, por exemplo, de especialistas que prestam serviço para empresas estrangeiras — uma opção que se fortaleceu durante a pandemia e a ampliação das possibilidades de trabalho a distância. “Isso representa uma precarização extrema do trabalho, já que essas pessoas ficam à margem da segurança trabalhista”, aponta Nina. “São trabalhos que não pagam impostos.”

Ele diz que não há números oficiais, mas um levantamento informal da Brasscom mostra que cerca de 2,5% a 3% dos trabalhadores brasileiros deixaram empregos formais para se dedicar a oportunidades desse tipo. “E há o movimento inverso, porque é comum que essas vagas sejam sazonais. Cerca de 4% das contratações são de profissionais que vêm delas”, relata. “Essa é uma amostra dessa dinâmica, já que não é possível mensurar formalmente.”