Quem já tentou aprender um idioma sabe que nem sempre é fácil. Para um sistema de inteligência artificial do
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James Maneka, chefe da divisão de inteligência artificial da companhia, contou à emissora americana CBS que, mesmo sem treinamento, a inteligência artificial passou a traduzir o idioma. Sundar Pichai, CEO do Google, brinca que a capacidade desses sistemas de apresentar habilidades inesperadas tem um apelido entre os especialistas: “caixa preta”.
Apesar disso, ele desconversou quando, em entrevista ao programa 60 Minutes, a pergunta foi sobre o fato de os engenheiros não entenderem a “caixa preta” da inteligência artificial. “Acho que também não entendemos completamente como a mente humana funciona”, apontou. “Acho que desenvolver isso precisa incluir não apenas engenheiros, mas também cientistas sociais, especialistas em ética, filósofos e assim por diante”, sugeriu.
Para Ian Hogarth, cofundador da Plural, o
Diferentemente da programação comum — em que os comandos são refletidos no resultado oferecido pelo software —, na inteligência artificial, os engenheiros tentam simular ações da mente humana. Isso requer grande poder de processamento de dados e aprendizado de máquina. Hogarth explica que eles são necessários para garantir que haja respostas adequadas aos comandos do usuário.
Já David Stern, gerente de pesquisa da G-Research — que usa aprendizado de máquina para prever preços nos mercados financeiros —, aponta que “esse procedimento de treinamento” engloba milhões de parâmetros “que interagem de maneiras complexas e são muito difíceis de explicar”. Ele ressalta que a
Hogarth avalia que falta diálogo claro sobre os impactos em potencial da tecnologia. “Acho que elas [as ferramentas com inteligência artificial] têm um potencial notável para transformar todos os aspectos de nossas vidas”, afirma. “O ponto principal é que deveríamos ter uma discussão pública sobre a rapidez com que esses sistemas estão progredindo.”