Dólar cai para o menor patamar desde junho de 2024, e bolsa bate recorde

Moeda americana teve dia de desvalorização global com a possibilidade de fim da paralisação do governo Trump

Dólar caiu para o menor patamar em mais de um ano

O dólar fechou a terça-feira (11) com uma desvalorização de 0,35% frente ao real, cotado em R$ 5,27, o menor patamar desde junho de 2024. A moeda americana teve um pregão de enfraquecimento global com dados mais fracos do mercado de trabalho nos Estados Unidos, e a crescente expectativa pelo fim da paralisação do governo de Donald Trump.

Dados privados do mercado de trabalho, publicados pela ADP Research, mostram que as empresas americanas eliminaram 11.250 postos de trabalho por semana em outubro, sinalizando uma desaceleração do mercado de trabalho na segunda metade do mês.

Segundo o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Leonel Mattos, a desaceleração do mercado de trabalho reforça a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) adote um corte de juros na reunião de dezembro, ampliando a diferença com a taxa Selic no Brasil. “Esse cenário reduziu a perspectiva de rentabilidade dos Treasuries, penalizando o dólar globalmente e favorecendo especialmente moedas de juros mais altos, como o real”, disse.

Também pesa no câmbio a expectativa de fim do ‘shutdown’ do governo Trump, a maior paralisação da administração federal dos Estados Unidos na história. Sem financiamento para diversas agências governamentais, o mercado trabalha sem dados oficiais e com estatísticas atrasadas, como o relatório de emprego (“payroll”).

Na noite dessa segunda-feira (10), o Senado chegou a um acordo entre Republicanos e Democratas para aprovar um projeto de lei orçamentário que pode retomar as atividades paralisadas.

Trump disse à CNN Internacional que ele pessoalmente aprovou o acordo. A medida agora vai para votação na Câmara dos Deputados. “Eu acho, baseado em tudo que ouvi, que não mudaram muita coisa (no projeto original), e agora nós temos apoio suficiente dos democratas. Nós vamos abrir novamente o governo”, afirmou o presidente.

Ibovespa bate recorde pela 12ª vez consecutiva

O Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador do mercado de ações da B3, fechou o dia com uma alta de 1,60% aos 157.748,60 pontos, o décimo segundo recorde seguido da bolsa brasileira. Na máxima intradiária, o indicador chegou a tocar os 158 mil pontos pela primeira vez na história.

No cenário doméstico, a principal notícia foi a divulgação da inflação de outubro em um patamar abaixo do esperado pelo mercado financeiro. O índice de preços ficou em 0,09% no mês, uma desaceleração de quase 0,39% em relação ao medido em setembro, o resultado mais baixo desde 1998.

O mercado também repercutiu a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), onde os diretores do Banco Central apontam convicção de que a taxa básica de juros em 15% ao ano é o suficiente para levar a inflação ao centro da meta de 3%. Atualmente, o acumulado do índice está em 3,73% nos últimos 12 meses.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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