Dólar cai, e Bolsa dispara com dados da inflação e cancelamento de entrevista de Bolsonaro

Dia bom para ativos brasileiros fez a moeda americana ter uma forte desvalorização frente ao real

Dólar fechou a terça-feira cotado a R$ 5,52

O dólar fechou a terça-feira (22) com uma forte desvalorização frente ao real, com um recuo de 1,16%, cotado a R$ 5,52. A baixa ocorre um dia após a moeda americana atingir o maior patamar dos últimos cinco meses aos R$ 5,59, com os investidores repercutindo dados da inflação no Brasil, o Produto Interno Bruto dos Estados Unidos (PIB) e o cancelamento da entrevista do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

No lado dos dados macroeconômicos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a prévia da inflação de dezembro com um avanço de 0,25%, pouco abaixo do esperado pelo mercado financeiro. Com o resultado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) fechou o ano em 4,41%, dentro do teto da meta de 4,5%.

O resultado, apesar de ser uma alta nos preços, aumenta o otimismo com um possível corte na taxa básica de juros (Selic), atualmente em 15% ao ano, logo no primeiro trimestre de 2026. A inflação oficial do mês será divulgada na primeira semana de janeiro. O IPCA é o principal indicador para a política monetária, uma vez que os juros são o instrumento do Banco Central para controlar a inflação.

Outro dado importante do dia foi o crescimento do Produto Interno Bruto dos Estados Unidos. A economia americana surpreendeu e registrou um avanço de 4,3% no terceiro trimestre, 1,1 ponto percentual a mais do que era esperado pelo mercado, segundo segundo publicações da MarketWatch e Trading Economics.

Ibovespa dispara e volta para 160 mil pontos

O Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador do mercado de ações da bolsa brasileira, voltou a subir nesta terça-feira (23) com uma disparada de 1,46%, retornando para o patamar de 160 mil pontos antes do feriado de natal. Além dos bons indicadores macroeconômicos, o mercado repercutiu o cancelamento da entrevista do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Metrópoles.

Alegando problemas de saúde, Bolsonaro cancelou a sabatina que teria com o colunista Paulo Capelli. Seria a primeira vez que o ex-presidente teria a oportunidade de falar após ser preso na Superintendência da Polícia Federal por tentativa de golpe. A entrevista era observada pelo mercado na espera de uma sinalização clara sobre a candidatura do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), à Presidência da República.

Porém, o cancelamento foi interpretado como um sinal de incertezas do ex-chefe do Executivo quanto ao potencial eleitoral do filho. Desde que Flávio entrou na corrida ao Planalto, em novembro, o mercado tem reagido mal frente à possibilidade de uma nova vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. A expectativa do setor era de que a disputa do petista fosse com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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