Prévia da inflação acelera em dezembro, mas índice fecha o ano dentro da meta

Índice de preços foi pressionado pela alta no setor de transportes, com um impacto de 0,14 ponto percentual na variação de preço

Passagens aéreas pressionaram o índice de preços no grupo de transportes

A prévia da Inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), acelerou 0,25% em dezembro e ficou 0,05 ponto percentual (p.p) acima do resultado de novembro (0,20%). Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (23).

Com o resultado, o IPCA-15 fecha o ano com alta de 4,41%, dentro do teto da meta de 4,5%. Na prática, a inflação tem uma meta estabelecida pelo Banco Central (BC) de 3%, mas há uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos na variação de preços.

Segundo o IBGE, dos nove grupos de serviços pesquisados, sete tiveram alta em dezembro. A maior variação e impacto positivo no IPCA-15 veio do setor de Transportes, com um avanço de 0,69%. O segmento foi impactado pela alta no preço da passagem aérea na alta temporada de viagens, que registrou uma alta de 12,71%. O impacto dos transportes foi de 0,14 ponto percentual na variação do índice de dezembro.

Outra alta relevante no IPCA-15 foi no setor de vestuário, que avançou 0,69% no mês, mas teve um impacto de apenas 0,03 p.p no índice. No acumulado do ano, as roupas tiveram uma alta no preço na ordem de 5,34%. O destaque está nas altas das roupas infantil (1,05%), feminina (0,98%) e masculina (0,70%).

As despesas pessoais tiveram uma alta de 0,46%, impactando em 0,05 p.p a prévia da inflação. No acumulado do ano, o grupo teve 5,86%. O destaque vai para alta nos serviços de cabeleireiro e barbeiro (1,25%) e empregado doméstico (0,48%). Por outro lado, a hospedagem apresentou variação negativa de 1,18%.

Leia também

Segundo o economista sênior do banco Inter, André Valério, apesar das diferenças metodológicas, a expectativa é de que a inflação oficial de dezembro seja melhor do que sua prévia.

“A expectativa é de um primeiro trimestre de 2026 com inflação mais fraca, especialmente comparado ao 1° trimestre de 2025, o que permitirá uma desinflação mais acentuada no acumulado em 12 meses, abrindo espaço para o início dos cortes na Selic no 1° trimestre”, disse o especialista.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

Ouvindo...