Dólar sobe para o maior patamar em cinco meses, e Bolsa volta a cair

Com um noticiário esvaziado no fim do ano, os investidores seguem repercutindo o cenário eleitoral e enviando dólares para o exterior

Moeda americana teve uma alta de quase 1% nesta segunda-feira

O dólar segue em alta nesta segunda-feira (22) com a remessa de lucros para o exterior, movimento típico de fim de ano. O câmbio subiu 0,99% e fechou o pregão cotado a R$ 5,58, o maior patamar desde 28 de julho, quando também foi fixado em R$ 5,58.

Em um noticiário esvaziado com o fim do ano, os investidores seguem repercutindo o cenário eleitoral com a possível candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e a retirada do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), da corrida pelo Palácio do Planalto em 2026.

Apesar da pressão da disputa eleitoral, o fator de maior influência no câmbio tem sido o envio de recursos de grandes empresas para suas matrizes no exterior. O movimento é típico do final do ano, uma vez que essas companhias retiram dólares da economia brasileira e desvalorizam o real.

“O fim do ano é marcado por maior volume de remessas de lucros ao exterior, reduzindo a oferta de moeda americana no mercado doméstico e potencializando movimentos especulativos, o que acentua oscilações no câmbio”, disse o analista de inteligência de mercado da StoneX, Leonel Mattos.

Outra notícia de impacto no dia foi a alta da arrecadação do governo federal com impostos em novembro de 2025. Segundo relatório da Receita Federal, os cofres públicos ganharam R$ 226,75 bilhões com tributos, um avanço real de 3,75% na comparação com novembro de 2024. O maior responsável para esse ganho foi o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Ibovespa volta a cair

O índice Bovespa B3 (Ibovespa), principal indicador do mercado de ações brasileiro, recuou 0,21% nesta segunda-feira, aos 158.141,65 pontos. Os investidores da bolsa demonstram cautela com a escalada do conflito entre Estados Unidos e Venezuela, que pode ter um grande impacto no continente.

Neste domingo (21), a Marinha americana interceptou o terceiro petroleiro da frota estatal de Nícolas Maduro. O presidente venezuelano afirma que o país é alvo de uma “campanha de agressão”, e disse que “corsários atacaram petroleiros”. Nesta segunda, o O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil Pinto, conversou com o russo e também ministro, Sergey Lavrov, e garantiu que Moscou é contra o bloqueio do petróleo.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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