Bolsa tem queda e encerra série histórica de recordes perto da estabilidade

Ibovespa voltou a cair após 12 sessões renovando seu recorde diário, com falas do presidente do BC e recuo na Petrobras pressionando o mercado

Bolsa passava por 15 dias de alta e 12 sessões de recorde

O Índice Bovespa (Ibovespa), indicador do mercado de ações da bolsa de valores brasileira (B3), encerrou a sequência de 12 sessões batendo recordes com um recuo de 0,07% nesta quarta-feira (12), aos 157.632,90 pontos. O índice passou o dia em forte queda, mas recuperou força do fim do pregão e fechou perto da estabilidade.

Entre os motivos do recuo no mercado de ações estão as falas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçando a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em manter a taxa básica de juros em 15% ao ano por período bastante prolongado. Segundo o chefe da autoridade monetária, não há indicação de um corte próximo.

“Você tem uma meta e um instrumento que é a política monetária. Está bem claro por que a gente está com uma taxa de juros num patamar restritivo, e porque a gente entende que é necessário permanecer com a taxa de juros nesse patamar”, disse o Galípolo em entrevista coletiva.

A Selic é o instrumento do BC para tentar controlar a inflação e levar o índice de preços para o centro da meta de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p) para mais ou para menos. Com a inflação acumulada dos últimos 12 meses em 4,68%, o Copom mantém os juros em patamares restritivos para o consumo.

Porém, essa Selic é prejudicial ao setor produtivo, que tem dificuldade em manter os serviços com o acesso ao crédito mais caro. Em referência às críticas a Selic, Galípolo disse que é legítimo as pessoas “brigarem com o BC”. “ O Banco Central é que não pode brigar com os dados”, disse.

Petrobras

O resultado do Ibovespa também foi influenciado negativamente pelas ações da Petrobras (PETR3), que tiveram um recuo de quase 3% no dia, cotado a R$ 34,35. A petrolífera é a empresa com o maior peso dentro do indicador.

A queda ocorre após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) elevar a projeção da oferta da commodity, causando um receio por excesso de barris no mercado. Como resultado, o preço do barril Western Texas Intermediate (WTI) teve queda de 4,37% a US$ 58,37, enquanto o barril do tipo Brent, recuou 3,79% a US$ 62,50.

Dólar volta a subir

O dólar voltou a subir nesta quarta-feira (12), após encerrar a terça-feira (11) no menor patamar desde junho de 2024. A moeda americana teve uma valorização de 0,38% frente ao real, em um dia de realização de lucros entre os investidores.

No cenário internacional, o destaque segue sendo o fim da paralisação do governo de Donald Trump. Sem um projeto de lei orçamentário aprovado no Congresso, a administração federal dos Estados Unidos segue sem financiamento para atividades importantes da economia, incluindo o pagamento de servidores. A expectativa é que um acordo entre Republicanos e Democratas seja assinado em breve.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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