O dólar à vista recuou nesta segunda-feira (25), mesmo após avanço no exterior, e chegou ao piso de R$ 5,40. Entre os principais fatores estão a valorização de commodities e as apostas na corrida presidencial de 2026.
Exceto por uma alta pontual e bem limitada no início do pregão, quanto registrou máxima de R$ 5,4367, o dólar passou o restante da sessão em baixa. Com mínima de R$ 5,4017, fechou em queda de 0,20%, a R$ 5,4147, levando as perdas em agosto a 3,32%. No ano, a moeda recua 12,39%.
A queda do dólar foi provocada pela valorização de commodities, como minério de ferro e petróleo, além da redução das expectativas de inflação, conforme apontado pelo Boletim Focus.
Além do recuo da mediana das projeções para o IPCA neste ano, de 4 95% para 4,86, e 4,40% para 4,33% em 2026, o Boletim Focus trouxe pela primeira vez neste ano redução das expectativas de inflação para 2027, de 4% para 3,97%.
As apostas na corrida presidencial de 2026 também foram outro fator que contribuíram para impulsionar a moeda brasileira após as declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Tarcísio deu sinais de uma possível candidatura para a presidência da República e
declarou, ainda nesta segunda (25), durante um evento na capital paulista, que é preciso discutir um “projeto para o Brasil” e que o “primeiro desafio é a questão fiscal”.
Segundo economistas e gestores de recursos, uma mudança na política fiscal a partir de 2027, com eventual vitória da oposição em 2026, seria um dos principais gatilhos para a redução dos prêmios de risco embutidos na taxa de câmbio.
“As notícias sobre Tarcísio podem ter ajudado o real, mas o principal fator do dia foi o Focus. As projeções do IPCA de 12 e 18 meses à frente já estão abaixo da banda superior da meta. Está começando a ancorar”, afirma o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi.
*Com Estadão Conteúdo