Contrato do Master com escritório de mulher de Moraes era de R$ 129 milhões

Documento previa o pagamento de R$ 3,6 milhões por 36 meses. Procurado, escritório disse que não vai se manifestar

Viviane Barci de Moraes é sócia do escritório Barci de Moraes

O contrato do Banco Master com o escritório de advocacia de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, foi assinado em 2024 e tinha a duração de três anos, que totalizaria um pagamento de R$ 129 milhões. As informações foram publicadas pela colunista do jornal O Globo, Malu Gaspar.

Uma cópia do documento teria sido encontrada no celular do empresário Daniel Vorcaro, dono da instituição financeira, em arquivos trocados por ele com funcionários do Master. O contrato previa o pagamento mensal de R$ 3,6 milhões mensais por um total de 36 meses para o escritório Barci de Moraes, que ainda conta com a atuação dos filhos do casal.

A Itatiaia entrou em contato com o escritório por meio do telefone disponibilizado no site, mas uma funcionária do local informou que não haveria declarações. A reportagem também procurou o Banco Master, mas até o momento não houve resposta.

Segundo a coluna do O Globo, o contrato teria um escopo amplo, onde o escritório poderia representar o Master nos casos em que fosse necessário, sem especificar uma única causa ou processo. Apesar do pagamento total ser previsto em R$ 129 milhões, o depósito não ocorreu, uma vez que o banco foi liquidado.

O Master e Daniel Vorcaro foram alvos da operação Compliance Zero da Polícia Federal, que teve como objetivo combater a venda de títulos de créditos falsos pelo conglomerado de instituições do banco. Os títulos eram usados para alavancar sua capitalização, oferecendo taxas de juros em percentuais acima da média do mercado.

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As apurações contra Vorcaro e o Master começaram em 2024, após uma requisição do Ministério Público Federal para apurar a possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira. Esses títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada.

Vorcaro chegou a ser preso no dia 18 de novembro, no aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, quando tentava deixar o país em um jatinho particular com destino a Malta. No dia 29, o empresário foi solto após uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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