Bolsa cai, e dólar sobe com Flávio Bolsonaro e juros no radar do mercado

Mercado continua repercutindo a possibilidade de candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência

Bolsa chegou a recuar para 155 mil pontos, após abrir o dia em 158 mil

O Índice Ibovespa (Bovespa) opera em queda nesta terça-feira (9), após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho 01 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ressaltar que sua pré-candidatura à Presidência da República é “irreversível”. O principal indicador do mercado acionário brasileiro atingiu a mínima intradiária de 155.187,81 às 10h40, após abrir em 158 mil pontos.

A bolsa tinha reagido bem à possibilidade de Flávio Bolsonaro recuar da candidatura, após dizer no domingo que teria um “preço” para desistir da corrida pelo Palácio do Planalto. Porém, na segunda-feira, a Folha de S. Paulo publicou uma entrevista em que o senador afirmou que não há possibilidade de se retirar da disputa.

“Minha candidatura não está à venda. A condição para isso é o presidente Bolsonaro livre e nas urnas. A única possibilidade de o Flávio Bolsonaro não ser candidato, é o candidato ser o Jair Messias Bolsonaro. Não tenho preço”, afirmou.

O dólar também opera em alta, avançando 0,87% por volta das 11h20, cotado em R$ 5,46. No mercado de câmbio, os investidores esperam um novo corte de 0,25 ponto percentual nos juros nos Estados Unidos, com o Federal Reserve, o Banco Central americano, levando o intervalo da taxa para entre 3,50% e 3,75%.

Ao mesmo tempo, o Banco Central do Brasil deve manter a taxa Selic em 15% ao ano, aumentando a distância com a taxa americana. Esse intervalo favorece a alocação de capital estrangeiro no país, uma vez que é possível um investidor tomar empréstimos com uma taxa baixa e aplicar em uma economia de taxa alta. A decisão das duas autoridades monetárias será divulgada nesta quarta-feira (10).

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Ocorre que, como os Estados Unidos são a economia mais estável do mundo, seu mercado trabalha como se alimentasse outras economias com o seu dinheiro. Uma taxa de juros alta nos EUA torna os títulos do tesouro americano o melhor investimento, por terem praticamente risco zero. Isso faz com que os investidores retirem dinheiro do Brasil e apliquem no exterior.

Segundo o economista sênior do Banco Inter, André Valério, esse diferencial nos juros é um dos principais determinantes da taxa de câmbio. “Atualmente, temos um diferencial elevadíssimo. Quanto maior essa diferença, menor pressão de depreciação cambial nós temos. E isso é importante pois um câmbio depreciado tende a gerar repasse inflacionário, aumentando os preços dos bens em reais”, disse.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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