O mercado de carros seminovos no Brasil apresentou uma significativa alta de preços em setembro, com o valor médio atingindo R$ 83 mil, um recorde anual segundo estudo da plataforma Autoavaliar. Esse aumento, no entanto, não impediu o crescimento das vendas no setor.
De acordo com os dados, foram comercializados mais de um milhão de veículos automotores em setembro, representando um aumento de 13,5% em relação ao mesmo mês de 2022. Contudo, a margem de lucro dos empresários do segmento sofreu uma leve queda de 0,5 ponto percentual no período.
Veja a reportagem no vídeo acima.
Percepção do consumidor
A reportagem ouviu a opinião de consumidores sobre o aumento dos preços. Ana Cristina, uma das entrevistadas, considerou os valores ‘caríssimos’ e ‘um absurdo’. Já Fernando, lavador de carros, ponderou que o preço pode variar dependendo do modelo do seminovo.
Zé Carlos, porteiro, e Renato Ramos Jesus, manobrista, também expressaram surpresa com os valores elevados. Para eles, R$ 83 mil é considerado ‘muito dinheiro’, levando alguns a optarem por alternativas mais acessíveis ou até mesmo pelo transporte público.
Análise econômica
O professor Ricardo Machado Ruiz, da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, explicou os fatores que contribuíram para a elevação dos preços. Segundo ele, a recuperação da atividade econômica pós-pandemia, associada à escassez de peças e componentes eletrônicos, impactou a produção e os custos.
‘No caso específico dos automóveis, teve alguns momentos que até não tinham peças para você instalar. Os automóveis estavam parcialmente construídos, faltavam algumas pecinhas, os famosos processadores, chips’, afirmou o professor.
Ruiz também destacou que o processo inflacionário foi global, afetando não apenas o Brasil. No entanto, o especialista ressaltou que o aumento da renda das pessoas não acompanhou o ritmo da inflação, tornando os carros ainda mais caros na percepção do consumidor.
Quanto às dificuldades enfrentadas por consumidores e revendedores, o professor apontou que, apesar da disponibilidade de financiamentos, as parcelas continuam elevadas devido ao alto preço dos veículos. ‘Não tem financiamento que torne a parcela barata’, concluiu Ruiz.
Esta reportagem foi produzida com auxílio de Inteligência Artificial e editada por um jornalista da Itatiaia.