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Festival Mundial de Circo: espetáculos e artistas internacionais chegam aos palcos e espaços de BH; confira os detalhes

Evento é realizado em Belo Horizonte desde 2001, com a proposta de valorizar e democratizar a arte circense brasileira

Belo Horizonte recebe a 23ª edição do Festival Mundial de Circo, evento que, desde 2001, busca promover a arte do circo em suas diversas manifestações. Neste ano, o festival integra a programação oficial da Temporada França/Brasil 2025, trazendo espetáculos e artistas de diferentes nacionalidades.

Fernanda Vidigal, idealizadora e coordenadora do festival, conversou com a Itatiaia e explicou a origem do evento: “Não existia nenhum festival internacional dedicado ao circo na América Latina. Éramos principalmente meninas produtoras de artes cênicas, do teatro, e quando identificamos isso, começamos a estudar o circo.”

Vidigal destaca que, na época, o circo brasileiro vivia um momento de transição entre o tradicional e o contemporâneo, impulsionado pela influência de companhias como o Cirque du Soleil, que já esboçava uma dramaturgia em suas encenações. “A gente falou: ‘Nossa, por que a gente então não reúne isso tudo num festival? Não mostra todas as tendências que o circo vem apresentando?’”, lembra.

O que define o circo hoje?

Para muitos, o circo ainda está fortemente ligado ao público infantil. No entanto, o Festival Mundial de Circo apresenta uma realidade diferente. Os espetáculos contemporâneos exploram uma dramaturgia mais elaborada, que pode agradar a diferentes faixas etárias.

“O circo hoje está procurando outra forma de encenação, usando a dramaturgia, contar uma história, ter uma linha de evolução do espetáculo que é diferente do que a gente conhece como circo lá atrás, que é uma sequência de números que tem um apresentador que vai costurando isso”, explica Fernanda.

A coordenadora esclarece que a principal característica que define o circo é a utilização de alguma técnica circense, seja ela de acrobacia, aéreo, equilíbrio, contorção ou malabares. Mesmo que a forma de execução seja diferente, a presença dessas técnicas é o que, em sua visão, classifica um espetáculo como circo. Ela cita como exemplo a “roda cir”, inventada por um canadense, Daniel Cir, e a “barra russa” ou o “mastro chinês”, técnicas com origem específica, mas que são incorporadas e adaptadas por artistas de diversas culturas e lugares.

Parceria internacional e homenagens

A parceria com a França nesta 23ª edição se dá pela Temporada França-Brasil 2025. O festival traz dois espetáculos franceses: “Baobab”, do grupo Circo Baobab (Guiné, com produção francesa), e a companhia Atônita, que se apresenta no Cine Horto. Além dos franceses, o festival convidou dois grupos argentinos, a palhaça Maku e a Fanfarria Ambulante, que se apresentam em espetáculos de rua característicos da tradição circense argentina no formato.

Uma das novidades desta edição é o “Passaporte Experimenta Circo”, que oferecerá aulas gratuitas de diversas modalidades circenses em escolas parceiras. Outro destaque é a programação associada com o SESC MG, dentro do Palco Giratório 2025, que homenageia a Escola Pernambucana de Circo. “A Escola Pernambucana de Circo é uma escola de mais de 30 anos, com sede em Recife, que é uma ONG que trabalha com circo social, com crianças em situação de vulnerabilidade social e que tem também uma troupe profissional de circo”, detalha Vidigal. A trupe profissional da escola se apresenta no Palco Giratório com um espetáculo que homenageia o Mangue Beat e Chico Science.

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Legado e futuro

A missão principal do Festival Mundial de Circo, segundo Fernanda Vidigal, é “formar público para o circo brasileiro”. Para isso, o festival busca oferecer uma programação diversa em termos de público (para todas as idades) e de espaços (teatros, parques, praças, periferias e centros urbanos).

“O legado que eu acho é esse: a gente oferecer uma programação de qualidade, que cada vez mais pessoas assistam ao festival e que o circo faça parte da vida das pessoas, trazendo alegria, reflexão e “aquele friozinho na barriga quando o trapezista voa”, aponta.

Cidade do Circo na Funarte

No sábado (16), a partir das 13h e domingo (17), a partir das 10h, o festival convida o público a visitar a “Cidade do Circo” na Funarte/MG. A entrada é gratuita e a programação incluirá espetáculos, oficinas para crianças, exposição, mostra de filmes e praça de alimentação.

Confira os detalhes deste e de outros eventos da programação do festival:

Serviço

23º Festival Mundial de Circo

  • Data: 9 a 17 de agosto
  • Locais: Cidade do Circo (Funarte)
  • Galpão Cine Horto
  • Teatro Sesiminas
  • Teatro Marília
  • Sesc Palladium
  • Sesc Tupinambás
  • Espaços culturais e públicos da cidade

Acesse informações e programação completa no site

Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa jornalismo no UniBH e é estagiária do Digital na Itatiaia. É apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema e mãe do Joaquim