Um filme que conquistou o público com seu enredo bem-humorado em forma de crítica à formação do país, ‘Carlota Joaquina, a Princesa do Brasil’ completa 30 anos em 2025. Um marco do cinema nacional dos anos 1990, o longa da diretora Carla Camurati retorna aos cinemas brasileiros em comemoração.
Estrelado por Marieta Severo, Marco Nanini, Ludmila Dayer, Marcos Palmeira e Vera Holtz, a produção será exibida nas telonas a partir da próxima quinta-feira, 14 de agosto. Em Belo Horizonte, a programação acontece no Cine Belas Artes.
A obra se passa entre o fim do século XVIII e o início do século XIX e retrata a vida de Carlota Joaquina, rainha consorte de Portugal e do Brasil, esposa do rei D. João VI. Talentosa e instruída, a jovem princesa é aprovada pela corte espanhola e enviada a Lisboa, onde se depara com um destino bem menos glamouroso que o retratado nos quadros e protocolos da nobreza. João, de temperamento introspectivo, prefere o canto sacro e o cultivo de flores à companhia da nova esposa.
Com a morte do príncipe herdeiro e o agravamento da saúde mental da rainha D. Maria I, o casal acaba elevado ao trono português. Em meio às turbulências provocadas pela Revolução Francesa e pelas ameaças de invasão napoleônica, a corte portuguesa realiza uma fuga histórica e silenciosa para o Brasil — episódio que marca uma reviravolta no destino da colônia e dá origem a uma nova fase da história luso-brasileira.
Camurati destaca o humor, a ironia e a liberdade estética como marcas da obra: “‘Carlota Joaquina, Princesa do Brasil’ fala com leveza de um país erguido sobre privilégios, acordos de conveniência e relações de poder — temas que, infelizmente, ainda ecoam na nossa realidade. O filme se reafirma como um retrato provocador da nossa história, mas também como um espelho, por vezes desconfortável, do presente” afirma.