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Festival de Tiradentes chega ao fim com 75 mil visitantes e sabores autênticos

De acordo com a organização, entre 22 e 31 de agosto foram vendidos 35 mil pratos, que incluíram combinações como peixe com chocolate, gelato de cogumelos e carne de jacaré

Da esquerda para a direita: gelato de cogumelos e farofa de pistache e arroz caldoso de frutos do mar

Terminou neste domingo (31) a 28ª edição do Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes, que recebeu mais de 75 mil pessoas ao longo de dez dias de programação — com muita comida boa, pratos surpreendentes e público de barriga cheia.

O público foi diverso e reuniu visitantes de várias regiões do Brasil — muitos estreantes. Entre os que estiveram na cidade histórica pela primeira vez, nesse fim de semana, estão as amigas Raquel Farine, 45 anos, empresária; Patrícia Pupim, 45 anos, advogada; e Fernanda Trivelim, 45 anos, também advogada, todas de São Paulo. “Foi indicação de umas amigas mineiras nossas e nós adoramos. Foi muito bom”, contou o grupo.

As paulistas destacaram a programação cultural. “Gostamos muito dos shows na rodoviária, dos DJs e das bandas que tocaram lá. O festival é super animado”, disseram.

Outro ponto positivo foi o preço acessível: “Ótimos valores, nada exorbitante. Achamos tudo muito bom”, completaram, já planejando voltar no próximo ano.

Também pela primeira vez, Leonardo Moreira, de 41 anos, até junho analista de TI e hoje estudante de Gastronomia, participou com um objetivo diferente: vivenciar, na prática, aquilo que aprende em sala de aula.

“Vim pela faculdade para vivenciar, na prática, o que aprendemos em sala de aula. Tive a oportunidade de atuar como auxiliar de grandes chefs, o que foi uma experiência incrível. Nos momentos livres, participei de oficinas culinárias, degustei pratos surpreendentes, assisti a workshops e tive o privilégio de conhecer profissionais que admiro”, contou.

Leonardo destacou a emoção de acompanhar de perto chefs renomados, como Kátia Barbosa (RJ) e Yves Saliba (MG). “Outro ponto forte foi a diversidade de atividades. O tempo todo era possível aprender algo novo e ainda prestigiar restaurantes e chefs locais”, disse.

Entre os pratos preferidos, ele elegeu o Tragaluz, sobremesa de goiabada cascão com sorvete de goiaba assinada pela chef Ailla Laís; o macarrão ao alho e óleo com couve, ora-pro-nóbis e linguiça defumada, do chef Badaró — em cuja cozinha atuou como auxiliar; além de outras criações que marcaram sua experiência no festival.

35 mil pratos vendidos

Segundo a organização do evento, foram mais de 35 mil pratos vendidos e a participação de mais de 30 chefs de diferentes estados brasileiros integraram a programação.

Minas Gerais esteve em peso, com nomes como Caio Soter (Pacato), Henrique Gilberto (Grupo Viela), Ana Gabi Costa (Trintaeum), Bruna Rezende (A Porca Voadora) e Yves Saliba (Odoyá, Pastaio e Per Lui), reforçando o protagonismo da cozinha mineira no evento.

Entre os destaques nacionais, se apresentaram a paulista Janaína Torres, eleita a melhor chef do mundo pelo 50 Best 2024, Tássia Magalhães (Nelita, SP), Onildo Rocha (PB/SP) com sua Cozinha Armorial e Paulo Machado (MS), referência em pesquisa de ingredientes do Cerrado e do Pantanal.

Ousados e curiosos

Um dos pratos mais curiosos deste domingo foi a combinação de carne de jacaré, ceviche de mandioca e grilo, criação dos chefs Paulo Machado (MS) e Lucas Caslu.

Falando em inusitado, merece destaque também o prato da chef Gabriella Guimarães, mineira que comanda o bar de culinária asiática Ōkinaki e o Parallel, de cozinha espanhola. Durante o festim da última sexta-feira (29), ela surpreendeu o público com um badejo servido com batata e chocolate.

Do peixe no chocolate ao feijão verde: combinações improváveis e surpreendentes no Festival de Gastronomia de Tiradentes

A chef Juliana Lima (MG) reproduziu a receita de arroz de fraldinha com doce de leite, uma das mais viralizadas do seu Instagram, com mais de 10 milhões de visualizações. “Escolhi justamente para mostrar que é possível fazer em casa”, destacou.

Ela contou sobre a emoção de cozinhar ao vivo. “Raramente faço, 99% da minha vida é dedicada ao digital”, contou. “Eu estava com o coração acelerado, fico nervosa, com vontade de chorar, sou muito emotiva. Então, ó, já tô chorando. Que doideira”, se emocionou.

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Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.