Amigas e amigos do Agro!
A jornada do agropecuarista brasileiro, não bastasse o clima adverso e os choques políticos internacionais, tem sido de muita luta nos últimos anos.
Que a agropecuária e o agronegócio cometem seus erros não há dúvidas, assim com nos demais setores do mercado brasileiro e internacional.
O que mais deixa o produtor rural irritado é que poucos falam que o agronegócio brasileiro é responsável por quase 1/3 do nosso PIB.
Na entrada do segundo semestre desse ano foram registrados 28 milhões de empregos, ou seja, 26% das ocupações no Brasil. São posições de trabalho que se espalham pelos mais diversos segmentos.
E hoje, o agro tem uma média salarial subindo numa escala vertical, porque a tecnologia vai exigindo uma capacitação acima da média.
Entretanto, os ataques que o produtor rural sofre e as ameaças à sua segurança produtiva aumentam a cada dia, e o que mais impressiona é que vêm na maioria das vezes do governo.
Senão vejamos alguns exemplos:
1. O seguro rural que protege os bens e produção agrícola é tratado hoje com marginalidade e fica mais prejudicado ainda com as altas taxas de juros do governo para os financiamentos agrícolas
2. Os defensivos agrícolas, além dos aumentos provocados pelos conflitos internacionais, caminham para ter a colaboração do Supremo Tribunal Federal, que ameaça cortar incentivos fiscais há muito tempo concedidos pelo governo. O Presidente do STF, Edson Fachin, entende que produtos nocivos ao meio ambiente devem ter tributação mais severa, o que na lógica representa preços mais severos para o consumidor. Ministro, ninguém vai colocar menos defensivos conforme diz a bula do fabricante, porque ele corre o risco de ter a lavoura atacada por pragas e doenças e levar grande prejuízo! Ele coloca o remédio necessário e lança o valor na planilha para dividir com o consumidor.
3. Vamos ao leite, que teve uma pequena queda para o consumidor, mas vem derrubando principalmente os pequenos com o preço pago pela indústria aos produtores. Já há registros do litro sendo pago a 1,50 reais. Menos de 2 reais não paga o custo de produção. A importação sem controle do leite em pó mais barato da Argentina e Uruguai arrasa os preços no Brasil. Como o governo federal promete uma solução desde 2023 e nada até agora, o governador do Paraná, Ratinho Júnior, divulgou um decreto proibindo a desidratação do leite em pó no estado. É um ótimo exemplo para para o governador Zema e de outros estados fazerem o mesmo.
4. Projeto do Ministério do Meio Ambiente e Conabio - Comissão Nacional de Biodiversidade - que visa combater espécies invasoras no Brasil e que mais uma vez coloca o agro em alerta. Tilápia, eucalípito, búfalo, manga, jaca e o javali que anda destruindo lavouras e as autoridades não tomam providencia. A criação de peixes ornamentais que ocupa enorme espaço na Zona da Mata Mineira, região de Muriaé, também entra na área de risco. O caso da tilápia é algo espetacular! O Brasil caminha para ser um dos grandes produtores mundiais. Morada Nova de Minas é a Capital Nacional da tilápia. Minas Gerais o segundo estado produtor e sempre houve incentivo do governo. Recentemente, foi liberada a importação da tilápia do Vietnã que concorre deslealmente com a produzida no Brasil. Agora, vem esse projeto de animais invasores. Produtores brasileiros de tilápia estão em pânico!
5. Capim braquiária. Mais de 70% dos pastos brasileiros são formados pelo capim braquiária que pode entrar na relação dos invasores.
6. Projeto de Lei para proibir a exportação de gado vivo. É um setor que vem crescendo muito e esse ano o Brasil vai bater novo recorde devendo ultrapassar o embarque de 1 milhão de cabeças para Turquia, Iraque, Marrocos, Egito e Arábia Saudita, que compra especialmente para o abate no ritual halal. Há embarques de navio e quando é gado de elite, para aproveitamento de genética, é transportado de avião.
Todas essas possibilidades tocam diretamente o setor produtivo brasileiro, empregos, inclusive o PIB, porém trata-se de projeto.
Agora, tem coisa que chega a ser bizarra! A tilápia já domina lagos e rios brasileiros, não tem mais controle.
Trocar capim braquiária por outro nacional seria bem mais complicado do que se a CBF exigisse a troca de todos os gramados dos campos de futebol na primeira, segunda e terceira divisões além amadores. É pra rir o resto da semana!
Itatiaia Agro, Valdir Barbosa!