O ambiente é tenso, a aversão ao risco continua, a crise bancária ainda não foi debelada como um todo, e aqui no Brasil ainda não temos um arcabouço fiscal, na prática, capaz de convencer a autoridade monetária que existe uma política fiscal que vai zerar o déficit e entregar superávit em 2025 e 2026. O texto do arcabouço ainda não foi apreciado nem votado pelo Congresso, e já estamos no mês de maio.
O BC deixa claro que não existe, neste momento, ambiente para começar a cortar os juros. Quem consultar o Boletim Focus, que o BC divulga às segundas-feiras pelo
Quando Roberto Campos Neto e equipe analisam as expectativas e a pressão no setor de serviços, não enxergam ainda ambiente favorável à redução dos juros.
Não temos uma política fiscal: quem gasta e não tem receita para compensar, precisa aumentar a dívida. Se cresce a dívida, aumenta o risco e os juros são o prêmio de risco. Portanto, não existe ainda ambiente de política fiscal crivel para os juros serem reduzidos.
Temos outros problemas em paralelo: melhorar as garantias de quem oferece crédito. Se você não recupera o crédito dado, a taxa sobe. O ambiente tem que ser melhorado para que se justifique uma queda da taxa Selic, que só deve cair - se cair - a partir do segundo semestre.