Nesse mês tem a campanha Agosto Lilás, que é uma iniciativa do nosso país para uma maior conscientização e combate à violência contra mulher. O objetivo da campanha é divulgar a Lei Maria da Penha, que completou 19 anos agora em 2025.
A cor lilás foi escolhida por remeter ao movimento pelo voto feminino, que utilizava essa cor como símbolo de luta e representatividade. A cor também é associada à espiritualidade, à criatividade, à delicadeza, à intuição e ao mistério. Pode também representar igualdade, respeito, dignidade e transformação.
Entretanto, apesar das campanhas, das comemorações da lei contra a violência da mulher, ainda sofremos muito da violência praticada pelos homens contra nós.
O número de feminicídio está cada vez mais aumentado e já me foi questionado que ao escrever sobre esse tipo de atrocidade contra a mulher, eu não estaria ainda mais contribuindo para esses crimes.
Penso que devemos FALAR, GRITAR E ATÉ BERRAR para termos a nossa integridade, a nossa vida e a nossa saúde mental preservada. Para que outras mulheres que estejam dentro do círculo de violência, e acham que aquela vida è normal, percebam e procurem ajuda.
Um homem não é maior, melhor ou superior a uma mulher. Ele deve lembrar que nasceu de uma mulher, que se quiser ter filhos dependerá de mulher e que também pode ser pai de uma mulher.
Nesse Agosto Lilás, já presenciamos crimes chocantes, fúteis contra a mulher, pelo simples fato de ser mulher. Teve a morte da namorada pelo namorado por excesso de ciúmes. Houve ainda a loucura do namorado que desferiu 61 socos da cara da namorada. Mulheres que foram mortas por passearem com o cachorro.
O Senado federal divulgou que a cada 4 mortes violentas de mulheres no Brasil, uma é feminicídio. Sem contar os mais de 75 mil casos de estupro, os casos de importunação sexual, os assédios sexuais.
A violência não é somente a do crime contra a vida, mas a violência psicológica, a patrimonial, a sexual e a moral. Quantos grupos de “homens” não expõem fotos de mulheres em situações humilhantes, por diversão e como apenas objeto de seu prazer animalesco.
Quanta violência moral a mulher sofre até mesmo por perguntar se seu companheiro a traiu, como se a mesma fosse culpada por isso. Parafraseando Nelson Rodrigues, no estilo de “Perdoa me por me traíres”.
A patrimonial que na desculpa de “preservação dos bens familiares” a mulher tem que conviver ou suportar as amantes, tem que morar em outro lugar, longe de tudo e de todos. Compensa?
Há ainda os assédios pelas redes sociais, que apesar das negativas femininas em alguns casos, há os homens que ainda insistem como se fossem os irresistíveis. Será que não sabem ouvir um NÃO?
Tivemos na Idade Média à caça às bruxas, que foi à caça as mulheres por seus conhecimentos sobre a natureza. Hoje em pleno século XXI, verificamos à caça as mulheres da modernidade.
E fica a pergunta: ATÉ QUANDO????
Penso que devemos ter essa campanha não somente no mês de agosto, mas durante o ano todo.