Como a Inteligência Artificial é usada na área de gestão de pessoas nas empresas hoje? Como a IA pode apoiar a tomada de decisão humana nos processos seletivos e de desenvolvimento de talentos? De que forma pode contribuir para tornar os processos mais inclusivos e estratégicos dentro das organizações?
Essas foram algumas das reflexões que conduziram os debates em mais uma edição do Órbi de Portas Abertas, realizado em junho, no Órbi Conecta. O evento reuniu profissionais do mercado de recursos humanos (RH), de grandes empresas a startups, para debater a transformação do trabalho com foco em competências comportamentais, IA e saúde mental no ambiente corporativo.
Quais são as habilidade e competências para o futuro?
Mediado pela head de Educação e Tecnologia do Ibmec e parceira do Órbi, Sabrina Oliveira, o primeiro painel trouxe como tema “Habilidades e Competências para o Futuro”. A gerente de consultoria e experiência do colaborador da Drogaria Araújo, Stephany Metz, apresentou como a empresa tem usado inteligência artificial para mapear percepções internas em tempo real.
Em uma pesquisa recente com mais de 12 mil colaboradores, a IA foi capaz de analisar mais de 42 mil comentários e mapear sentimentos, oferecendo insumos para decisões estratégicas em gestão de pessoas. Para ela, mais importante que o conhecimento técnico, são habilidades como adaptabilidade e senso crítico.
Haverá substituição de mão de obra?
A gerente geral de gente da VLI Logística, Francielle Pedrosa, destacou o uso de tecnologias como o centro de controle operacional da empresa para otimizar processos sem substituir a mão de obra. Ela reforçou a importância de líderes que saibam desenvolver talentos e estejam atentos ao entorno social e humano da organização.
Já a diretora regional da Praendex Brasil e vice-presidente da ACMinas, Eliane Ramos, chamou a atenção para o desafio do desenvolvimento de lideranças em um contexto onde as diferenças de perfil nas equipes exigem sensibilidade e empatia. “A tecnologia precisa nos ajudar a sermos mais humanos e não o contrário”, alertou.
Na sequência, a aula aberta com o CEO da Mapa HDS, Luciano de Paula, abordou a transformação das políticas de saúde e segurança do trabalho. Ele apresentou dados que apontam um aumento significativo nos transtornos emocionais entre os profissionais, especialmente após a pandemia. Citando estudos da OMS e da PUC-RS, Luciano defendeu que o trabalho deve ser compreendido como parte integral da vida das pessoas e que empresas precisam estar preparadas para cumprir as exigências da nova NR-01, que em 2026 passará a exigir o mapeamento e monitoramento dos riscos psicossociais.
Cultura organizacional e inovação
Encerrando a programação, o painel “Cultura organizacional e inovação” colocou em pauta a importância de desenvolver ambientes corporativos alinhados ao propósito e à transformação digital. Mediado pela CMO e COO do Órbi Conecta, Francis Aquino, o debate contou com a participação da CEO da TeamHub, Tati Santarelli, da coordenadora de sustentabilidade e líder da esquad de cultura e inovação da Tial, Júlia Pimenta, e da head de RH da Evolua Energia, Lívia Adami.
As convidadas defenderam que a inovação deve ser tratada como uma mentalidade coletiva, e não apenas como uma área isolada. Tati falou sobre a importância de compreender a cultura instalada, desejada e necessária para atingir os objetivos do negócio. Julia compartilhou a experiência de mobilizar embaixadores internos para disseminar a inovação em todas as áreas da empresa. Já Lívia explicou como a Evolua, desde sua fundação como empresa digital, trabalha para incorporar essa cultura no dia a dia de todos os colaboradores.
