Em sua próxima viagem à China, prevista para este mês de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua comitiva pretendem negociar a instalação de indústrias chinesas no Brasil voltadas à fabricação de máquinas agrícolas para pequenos e médios produtores. A informação foi confirmada nesta terça-feira (6) pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, em entrevista à Rádio Itatiaia.
Segundo Teixeira, o governo brasileiro propõe que a parceria ocorra por meio de consórcios entre empresas chinesas e empresários brasileiros do setor de máquinas, responsáveis por implementar as fábricas no país. “Estamos assinando um acordo com os chineses para instalarem empresas no Brasil, fabricando máquinas pequenas para agricultores de menor porte. Para isso, estamos sugerindo a formação de consórcios com empresários brasileiros”, explicou o ministro.
O movimento ocorre em meio a um crescimento expressivo das importações. Um levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), apresentado em janeiro, mostrou que a importação de máquinas agrícolas e de construção no Brasil triplicou entre 2020 e 2024, saltando de 9 mil para 26,4 mil unidades. Isso evidencia a dificuldade da indústria nacional em competir com os produtos importados.
Ainda de acordo com a Anfavea, 32% dos equipamentos autopropulsados adquiridos pelo governo federal vieram de empresas sem etapas fabris no país. Em 2024, a China liderou as importações no setor, respondendo por 55,7% do total, seguida pela Índia, com 26,4%.
O governo brasileiro quer que os novos consórcios priorizem a produção de máquinas voltadas para a agricultura familiar, segmento que representa parcela significativa do campo no país. Empresários brasileiros serão convidados a participar da iniciativa para fortalecer a indústria nacional e reduzir a dependência de importações.