Ouvindo...

O atentado contra Donald Trump terá o efeito político da ‘facada do Bolsonaro’?

Ex-presidente americano foi baleado durante comício na Pensilvânia

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos e candidato republicanos às eleições de 2024, é retirado do palco de comício em Butler, Pensilvânia, após ser atingido por tiro de raspão na orelha, durante atentado a tiros.

Assim que foi noticiado o ataque contra Donald Trump, candidato à presidência dos Estados Unidos, um dos questionamentos que surgiu entre políticos brasileiros foi se o atentado não teria para o americano o mesmo efeito da facada que levou o ex-presidente Jair Bolsonaro, quando era candidato em janeiro de 2018.

O ex-presidente americano foi baleado, nesse sábado (13), durante um comício na Pensilvânia. Trump foi atingido na orelha, socorrido e passa bem.

Bolsonaro e Lula

Imediatamente o episódio repercutiu entre autoridades brasileiras. Nos primeiros minutos, Bolsonaro e políticos da direita se pronunciaram e, na sequência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Itamaraty.

Efeito facada

A pergunta que não quer calar: o tiro terá o efeito facada? O atentado, em 2018, deu grande visibilidade à Bolsonaro e é considerado, por especialistas em política, um fator fundamental na eleição do ex-presidente.

Leia também

Diferenças entre os casos

Apesar de ambas as situações serem graves, há diferenças entre os casos. A primeira delas é que no caso de Bolsonaro, o ferimento foi gravíssimo e a visibilidade gerada pelo atentato foi prolongada com as notícias sobre a internação e o tratamento. O segundo ponto é que além de empatia, episódios em que os candidatos são vítimas acabam gerando mais conhecimento para a população sobre a existência deles. Bolsonaro era apenas deputado, significa que o nível de conhecimento sobre ele, certamente, foi ampliado com o ataque. No caso de Trump, ele já é amplamente conhecido — visto que foi presidente dos Estados Unidos.

Impacto na campanha

Decerto, Trump poderá colher benefícios políticos do atentado, citando o episódio, por exemplo, para levantar suspeitas sobre adversários. No entanto, também será alvo de suspeita, pois, sem dúvidas, opositores e aliados dirão que foi armado. O mesmo argumento, infundado, foi usado contra Bolsonaro que, comprovadamente, foi esfaqueado em 2018, o que, apesar de trágico, acabou sendo um fato que alavancou a campanha do político.


Participe dos canais da Itatiaia:

Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.

A opinião deste artigo é do articulista e não reflete, necessariamente, a posição da Itatiaia.