O Consórcio Público de Defesa e Revitalização do Rio Doce (CORIDOCE), formado pelos prefeitos de cidades afetadas pelo rompimento da barragem da Samarco, acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a ação do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), que tenta barrar a atuação de municípios brasileiros em litígios judiciais no exterior.
A postura do instituto foi duramente criticada pelo advogado do Coridoce, José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça. “Faltando apenas 120 dias para o início do julgamento na Inglaterra as mineradoras estão fazendo de tudo para tentar se esquivar de indenizar as vítimas da tragédia. Se o STF levar adiante esse pedido do IBRAM, não só os afetados em Mariana serão prejudicados, mas também todos aqueles que sofreram por tragédias que poderiam ser evitadas em Brumadinho, afundamento do bairro de Maceió (AL) e tantas outras”, alertou Cardozo
Atualmente, a Vale e a BHP, responsáveis pelo rompimento da barragem de do Fundão, em 2015, respondem a dois processos internacionais na Inglaterra e na Holanda. A ação ajuizada na Inglaterra em 2018 tem cerca de 700 mil afetados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. O valor da ação é de R$ 230 bilhões e o julgamento está marcado para começar em 7 outubro.