Como a nova Reforma Tributária, vendida com o “laço de fita” da modernização e da simplificação, esconde sob sua embalagem reluzente um mecanismo perverso que atenta contra a forma mais genuína de responsabilidade social: a capacidade do indivíduo de gerar riqueza e sustentar sua própria família.
Sempre que ouvimos a expressão “justiça social” vinda de Brasília, o brasileiro deve, instintivamente, colocar a mão no bolso. Sabe aquele café com pão que a gente toma de manhã, planejando o dia e as contas do mês? Para quem vive no “corre” diário, cada centavo conta. Mas a conversa que tem chegado à mesa do brasileiro ultimamente traz um gosto amargo. A nova reforma tributária, que deveria simplificar nossa vida, está desenhando um cenário que aperta justamente onde mais dói: no bolso de quem tem menos.
A promessa de um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) que pode chegar a quase 28% — o maior do mundo — é devastadora para os mais pobres. A lógica liberal é clara: o imposto sobre consumo é regressivo. Quem ganha um salário mínimo gasta quase tudo o que recebe em itens básicos. Quando o Estado abocanha um terço disso, ele retira comida da mesa e poder de compra da base da pirâmide.
Sempre digo aqui nos meus textos que responsabilidade social não é caridade, é política pública de verdade. E quando olhamos para a estrutura que vem por aí a partir de 2026, o que vemos é uma carga que continua pesando sobre o consumo. No Brasil, o imposto não escolhe renda; ele taxa o arroz de quem ganha um salário mínimo e o de quem ganha cem vezes mais. Isso trava o sonho do pequeno empreendedor, aquele que quer transformar a lojinha da garagem em um negócio que mude a história da sua família.
O governo acena com o “cashback” de impostos como se fosse uma bondade, mas na prática, cria-se uma dependência burocrática humilhante. Primeiro, o Estado tira o dinheiro do pobre na boca do caixa; depois, promete devolver uma parte se ele cumprir requisitos e enfrentar filas virtuais. Isso não é justiça, é controle.
Enquanto isso, aqui do lado, o Paraguai nos dá um “banho de realidade”. Com uma política fiscal muito mais leve e direta, os nossos vizinhos conseguiram criar um ambiente onde o custo de vida permite que a classe média respire. Para você ter uma ideia, em 2026, a previsão é que o poder de compra de um trabalhador médio paraguaio seja significativamente superior ao de um brasileiro na mesma faixa, simplesmente porque o governo deles não “morde” tanto o consumo e a produção básica.
Lá, o pequeno empreendedor floresce porque não é sufocado antes mesmo de abrir as portas. É um modelo que facilita a subida de degrau na pirâmide social. Aqui, a gente parece colocar obstáculos para quem quer crescer. Como sempre falo, o caminho para reduzir as desigualdades passa por um ambiente onde o setor privado possa prosperar para investir no social, mas isso exige líderes comprometidos com o desenvolvimento de quem está na base.
Não por acaso, milhares de empresários Brasileiros estão imigrando seus negócios para o país, para se ter uma ideia, o modelo paraguaio opera na lógica do “10-10-10, explicando: 10% de Imposto de Renda, 10% de IVA e 10% de imposto corporativo. O resultado?
Existe a Mobilidade Social Real, ou seja, com impostos baixos, o degrau para sair da pobreza e empreender é menor. O pequeno empreendedor paraguaio não precisa de um exército de contadores para abrir uma loja além do que, o dinheiro rende, pois, a classe média do país consegue acessar bens de consumo, tecnologia e um conforto que a classe média brasileira, sufocada, vê cada vez mais distantes.
Não podemos aceitar uma reforma que se diz “moderna”, mas que mantém o golpe nos mais pobres. Cuidar do mundo e de quem mora nele, o que muitos chamam de ESG, eu chamo de respeito e começa por não deixar o prato do trabalhador mais vazio.
Que em 2026 a gente aprenda a olhar para o lado e entender que prosperidade não combina com imposto injusto. A transformação social que tanto buscamos só virá quando a economia servir às pessoas, e não o contrário.
Literalmente, o brinde de 2026 sairá caro e talvez, muitos brasileiros tenham saudades do “ano velho”. À você querido leitor dessa coluna, desejo que Deus lhe dê forças para suportar a ambição de um Estado cada vez mais “faminto” e ganancioso!