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Apenas 1 a cada 4 empresas brasileiras têm seguro contra fraudes digitais

Levantamento da Grant Thornton e OPICE Blum Advogados mostra que 79% das empresas se sentem mais expostas a ataques cibernéticos

Criminosos estão se apropriando dos dados e certificados digitais para aplicar golpes em nomes de empresas

Um levantamento feito pelas corporações Grant Thornton e OPICE Blum Advogados mostra que cerca de 79% das empresas se sentem mais expostas a ataques cibernéticos, enquanto 66% apontam que a cibersegurança está entre os cinco maiores riscos corporativos. Por outro lado, apenas uma a cada quatro empresas possuem seguro contra fraudes digitais

Os criminosos estão se apropriando dos dados e certificados digitais para abrir contas fraudulentas, pegar empréstimos clandestinos e até mudar sócios proprietários. Segundo o cofundador da Witec Soluções, Marco Lagoa, as empresas enfrentam criminosos que criam empresas fictícias para simular as operações, com registro de domínio, criação de e-mail e disparo de mensagens fraudulentas.

“Acabam iludindo, falando que tem algum concurso, algum prêmio que foi sorteado. As pessoas acabam caindo, passando dados pessoais. Também tem o crime de vazamento, às vezes de listas de clientes, informações que são negligenciadas e esquecidas em plataformas antigas, e os criminosos vendem essas listas”, explicou à Itatiaia

Segundo o especialista, o maior problema é que as empresas ainda não identificam os possíveis riscos e brechas de segurança. Lagoa também destaca o uso de informações proveniente de empresas de entrega que colocam informações completas da Nota Fiscal Eletrônica (NFE) em um código de barras. “Essa informação está sendo consumida para pedir antecipação do pagamento ou cancelar o pagamento anterior e fazer um novo”, afirmou.

Entre os problemas para as empresas, Lagoa cita danos reputacionais e riscos financeiros incalculáveis, comprometendo o fluxo de caixa e a reserva das empresas. Segundo ele, a melhor forma de se proteger desses crimes é criar um comitê de análise de riscos e contingenciamento para preparar uma resposta.

“O principal é treinar a equipe como responder quando tiver um problema, como identificar uma possível falha. A gente já presenciou criminosos se passando pela área de TI e pedindo acesso remoto à máquina do financeiro. Isso só foi mitigado porque a pessoa do financeiro estava preparada e sabia como lidar”, completou.

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