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Diversidade tem aumentado no segmento de tecnologia

Estudo da Brasscom indica que mulheres, negros e profissionais com deficiência têm obtido mais oportunidade no setor de TIC

Percentual de mulheres em TIC tem aumentado

Embora 51% da população brasileira seja feminina, no segmento de tecnologia da informação e comunicação (TIC), as mulheres ainda são apenas 39%. Em 2022, foram contratadas 32,6 mil profissionais mulheres para vagas no setor, ou seja, 45% das 73.028 oportunidades criadas nessa área no período. Os dados são de levantamento da Associação das Empresas de TIC e de Tecnologias Digitais (Brasscom).

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Enquanto a média salarial dos trabalhadores de TIC é 2,3 vezes superior ao salário médio nacional (R$ 4.389 contra R$ 1.920), as mulheres ainda ganham bem menos que isso. Em média, recebem R$ 2.694, enquanto os homens têm salário médio de R$ 3.880. Mesmo assim, os valores são superiores às médias nacionais dos respectivos gêneros: R$ 1.758 e R$ 1.973.

Affonso Parga Nina, presidente executivo da Brasscom, diz que a chegada tardia delas ao setor é a principal responsável por essa diferença. “Quando elas passarem a ocupar mais posições de liderança, essa média naturalmente vai subir”, aponta.

Entre os profissionais negros, 30 mil mulheres e homens foram contratados no segmento de TIC em 2022 — o que equivale a 41% das oportunidades. O crescimento em relação a 2021 foi de 5,9% para as mulheres negras e de 5% para os homens negros. Segundo a pesquisa, trabalhadores negros da área de TIC recebem salários 1,8 vezes superiores aos de outros setores. Os negros ocupam 14,7% dos cargos de diretoria e gerência, um crescimento de 3,3% em relação ao ano anterior.

O percentual de especialistas brancos ainda é muito superior em relação a outras cores: são 51,2%. Em 2022, entretanto, as contratações deles foram as que menos cresceram entre os profissionais que optaram por revelar a que categoria pertencem. Os indígenas apresentaram maior aumento, com 9,7%. Os negros vêm em segundo (5,3%), seguidos por amarelos (4,6%) e brancos (2,9%). Os não classificados, por sua vez, tiveram crescimento de 22%.

No setor TIC, há 9,3 mil profissionais com deficiência — o correspondente a 0,8% dos empregados da área. Em relação aos demais segmentos da economia, essa participação é 0,1 ponto percentual superior à média. “As carreiras de TIC favorecem a atuação desses especialistas”, pontua Nina.