Já faz duas semanas que o tema está em debate: afinal, mercadorias adquiridas de vendedores estrangeiros vão receber um
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Mesmo assim, uma nova medida vai entrar em vigor: a Receita Federal do Brasil (RFB) vai eliminar a isenção de imposto de importação de remessas internacionais para compras com valor inferior a US$ 50 — ainda não foi informada a data para que a decisão comece a valer. Com isso, produtos de qualquer preço adquiridos em marketplaces estrangeiros, como Aliexpress, Shein e Shopee, podem receber tributação.
O aumento do uso dessas e outras plataformas de
O Decreto-Lei 1804, de 3 de setembro de 1980, estabeleceu isenção de imposto de importação em remessas de valor até US$ 100 destinadas a pessoas físicas. Já em 1999, uma instrução normativa da RFB determinou que somente bens com valor inferior a US$ 50 teriam isenção de imposto de importação e isso se o remetente e o destinatário fossem pessoas físicas.
Pizzamiglio destaca que essas normas não falam de transações em modelos como os e-commerces. “É válido considerar que ainda falta um regramento específico para esse tipo de compra no Brasil”, aponta ele. “Além disso, o volume de compras é alto e a fiscalização desse tipo de mercadoria é complexa.”
Atualmente, a tributação não é aplicada a todos os produtos que superam os US$ 50. Muitos itens, como celulares, tablets, computadores, videogames e outros, passam pela inspeção e não recebem o acréscimo de imposto correspondente. Isso porque o processo é feito por amostragem — resta saber se vai continuar assim com a nova decisão.
Segundo o especialista, pode haver aumento de preços em mercadorias em todo o país. “Muitos produtos que encontramos em lojas virtuais brasileiras vêm de importações em sites como o Aliexpress”, lembra. “Até lojas de varejo menores que vendem importados podem ter alta nos preços com a medida.”
A
Pizzamiglio pondera que a tributação compulsória de todos os produtos não é a medida ideal. “Acredito que abrir o diálogo com os setores de varejo, importação e e-commerce é essencial para definir regras mais claras sobre o modelo”, avalia.