Planilhas e WhatsApp têm sido usados por monitores de pesca comunitária dos territórios Mebêngôkre Kayapó, no Pará, para estudar como o mercúrio proveniente do
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São anotados a espécie, o comprimento, o peso, o horário da pesca e outras informações, como a distância até um ponto do rio. “Esses dados ajudam a medir a saúde da população de peixes”, afirma Alany Gonçalves, bióloga da Unyleya Socioambiental, que trabalha no projeto, em entrevista ao site NPR.
Ela conta que essas informações permitem saber o que tem acontecido com o rio. “Se eles têm de ir longe para pescar, se demoram muito para pegar peixes muito pequenos, se os peixes são pequenos ou se voltam sem nenhum peixe. Tudo isso nos diz muito”, acrescenta.
Na região do rio Curuaés, conhecido como Pixaxá pelos indígenas, a preocupação com a contaminação dos peixes por
O grupo indígena recebe doações do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e outras instituições, bem como faz parceria com outros pesquisadores. Eles esperam que a coleta de evidências ajude na comprovação dos danos causados à floresta.
A coleta de amostras de tecidos para testes de mercúrio é realizada por especialistas técnicos que visitam a terra Mebêngôkre Kayapó periodicamente. Quando eles não estão na aldeia, os monitores registram os dados de pesca e os compartilham pelo WhatsApp. No grupo, há, ainda, a possibilidade de questionar e enviar descobertas.
Isso ajuda a aproximar os monitores dos cientistas. Além disso, a ação incentiva outros a realizarem as mesmas tarefas em aldeias vizinhas e comentarem sobre as melhores formas de manter o avanço dos estudos. Entre dezembro de 2021 e março de 2022, os monitores coletaram dados de 813 peixes de 28 espécies diferentes.
Desses, 29 peixes, carnívoros ou onívoros, de 10 espécies foram testados para mercúrio e tiveram resultado positivo. “Assim que vimos os resultados, passamos a comer menos certos tipos de peixe”, diz Bep Ojo Kaiapó, da aldeia Pyngraitire e intérprete do estudo. “Se houver algo que possamos fazer para